RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) calcula que seus ativos em águas profundas e ultraprofundas representem 88% do total de polos de exploração e produção (E&P) no próximo ano, contra 55% atualmente, uma mudança que ocorrerá enquanto a empresa busca desinvestir em unidades não essenciais e reduzir custos.
Os polos são conjuntos de ativos agrupados pela petroleira estatal, com o objetivo de otimizar as operações da empresa, que realiza um programa bilionário de desinvestimentos com foco em adequar o portfólio para projetos de maior retorno financeiro, essencialmente o pré-sal, nas bacias de Campos e Santos.
"A Petrobras está selecionando aqueles projetos onde tem mais capacidade de recuperar o valor investido, perseguindo custo baixo...", disse nesta terça-feira o diretor-executivo de Relacionamento Institucional da petroleira estatal, Roberto Ardenghy.
Nesse cenário, os polos de exploração e produção em águas rasas devem representar no próximo ano apenas 2% do total, nos planos da Petrobras, contra 8% atualmente. Já os polos em terra devem atingir 10%, ante 37% na mesma comparação.
"Hoje 24% dos nossos campos, em águas profundas, produzem 81% do petróleo que a Petrobras produz, enquanto 76% dos nossos campos, em águas rasas e em terra, produzem apenas 19% do volume produzido", comentou Ardenghy, durante um evento na Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Durante sua apresentação, o executivo também ressaltou o interesse da Petrobras em avançar com seus projetos em parcerias com empresas estrangeiras.
A expectativa, segundo ele, é que os ativos em parceria com outras empresas representem 57% do total em 2020, ante 34% atualmente.
(Por Marta Nogueira)