Por Ana Mano
SÃO PAULO (Reuters) - Autoridades no porto de Paranaguá minimizaram preocupações relacionadas ao embarque da soja brasileira por causa de problemas na BR-277, a principal via de acesso ao porto.
Em comunicado nesta quarta-feira, a autoridade portuária também negou que haja uma fila crescente de navios esperando para carregar soja, mesmo em meio a relatos de caminhoneiros enfrentando bloqueios totais ou parciais na rodovia durante o verão chuvoso no Brasil.
Um comerciante de grãos disse que alguns navios estão aguardando até 35 dias para carregar as cargas em Paranaguá, num momento em que a colheita da soja está em pleno andamento. O aumento no tempo médio de embarque de Paranaguá estaria levando as nomeações de navios para Santos, disse um analista.
Em 8 de março, o governo do Paraná instou o Ministério dos Transportes a reparar a rodovia depois que uma fissura bloqueou brevemente o tráfego nos dois sentidos no KM 33.
Em nota, o Estado disse que "o alerta... é uma preocupação diante da necessidade de escoamento da maior safra da história, estimada em 20,89 milhões de toneladas de soja" apenas no Paraná.
Neste momento, os produtores ainda colhem a soja em vários Estados do País. O Brasil deve exportar cerca de 14 milhões de toneladas da oleaginosa em março, segundo estimativas da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).
Nos dois primeiros meses de 2023, as exportações de soja via Paranaguá caíram 50%, para cerca de 900.000 toneladas, disse a autoridade portuária, culpando o excesso de chuvas e atrasos na colheita pela queda.
Atualmente, 56 navios aguardam no mar para se aproximar do porto, enquanto 100 embarcações devem chegar até 24 de abril para carregar ou descarregar vários tipos de cargas, disse a autoridade.
"Nem todos os navios que aguardam ao largo estão prontos para atracar nos portos do Paraná", disse o Diretor de Operações Gabriel Vieira, no comunicado da autoridade portuária. "Um navio pode estar em porto apenas para garantir o posicionamento, por chegada, por questões estratégicas de mercado".
Segundo Vieira, todas as embarcações "com a check-list completa estão atracando e carregando sem qualquer atraso".
(Reportagem de Ana Mano)