Lisboa, 17 abr (EFE).- Portugal captou nesta quarta-feira 1,75 bilhões de euros, o máximo de sua emissão, em dívida a três e doze meses, embora com uma taxa de juros ligeiramente maior do que no leilão anterior.
Em seu primeiro leilão após a decisão do Tribunal Constitucional de anular vários pontos do orçamento de 2013, o Tesouro luso vendeu bônus a um ano no valor de 1,5 bilhão de euros em troca de uma rentabilidade de 1,39%, quando em fevereiro os juros exigidos pelos investidores eram de 1,27%.
Enquanto uma missão da União Europeia (UE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) realiza uma avaliação extraordinária do país por sua crise orçamentária, Portugal captou além disso 250 milhões de euros a três meses a 0,74%, praticamente a mesma taxa de juros de um mês atrás.
A emissão de hoje segue mostrando, no entanto, uma melhoria evidente da confiança dos mercados em Portugal, em comparação com 2011 e 2012, quando o país pagava entre três e quatro vezes mais para vender sua dívida a um ano e até cinco vezes mais pelos bônus a três meses.
Esta evolução reflete, na opinião de muitos analistas do mercado, que a confiança dos investidores no futuro a curto prazo do país se recuperou apesar da incerteza que segue rodeando à Eurozona e das perspectivas ruins de crescimento da economia portuguesa.
Foi precisamente a asfixiante pressão dos mercados que levou Portugal a solicitar o resgate financeiro à UE e ao FMI em abril de 2011, organismos que concederam 78 bilhões de euros ao país em troca de um severo programa de ajustes aplicado com todo rigor pelo governo conservador luso.
A derrota judicial que representou a decisão do Constitucional há doze dias trouxe problemas orçamentários e políticos a Portugal, cujo Executivo negocia com a UE e o FMI novos cortes para compensar as medidas canceladas pelo órgão. EFE