O presidente da Petrobras (BVMF:PETR4), Jean Paul Prates, não participou da reunião do Conselho de Administração da estatal nesta 6ª feira (5.abr.2024).
A saída de Prates do comando da petroleira é dada como certa por alas do governo e a ausência do executivo é um indicativo de que a relação do presidente com o Conselho, controlado pelo Ministério de Minas e Energia, está distante.
Segundo o portal G1, aliados de Prates articulam uma solução para acomodar Aloizio Mercadante, convidado para assumir a presidência da Petrobras, na presidência do Conselho. Essa estratégia colocaria um nome mais forte do governo no Conselho e salvaria a posição de Prates.
Essa opção também pode acalmar o mercado, que confia mais em Prates do que em Mercadante na liderança da estatal. O Poder360 apurou que a manutenção de Prates e uma definição sobre a distribuição dos dividendos são uma sinalização forte para tranquilizar o mercado.
O convite feito a Mercadante para assumir a Petrobras não repercutiu bem no mercado financeiro e nem no setor de óleo e gás. Como mostrou o Poder360, a ida do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para o comando da maior estatal do país desagrada por representar uma guinada mais governista na petroleira.
Mercadante é formado pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e tem perfil heterodoxo na economia. Ele chegou a dizer que a inflação no Brasil tinha acabado com o Plano Cruzado, em 1986, uma análise que se provou equivocada. E, depois, em 1994, criticou o Plano Real.
O economista chegou a gravar um vídeo em um supermercado defendendo o tabelamento de preços para controlar a inflação.