Arena do Pavini - Termina nesta semana o prazo para o investidor reservar Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI, papéis lastreados por recebíveis de empreendimentos imobiliários ou emitidos por empresas do setor) de duas companhias importantes: MRV Engenharia (SA:MRVE3) e Participações e Cyrela (SA:CYRE3) Brazil Realty. A reserva para os papéis da MRV acaba na terça-feira, dia 25, e para os da Cyrela, no dia 26, quarta-feira*.
A emissão da MRV é de R$ 300 milhões, tem prazo de cinco anos e pagamento de juros semestrais, isentos de imposto de renda para pessoas físicas. A remuneração será fixa, de 100,40% do juro do Certificado de Depósito Interfinanceiro (CDI, espécie de overnight em títulos privados).
Já a oferta da Cyrela é de R$ 550 milhões, com prazo de cinco anos também e juros semestrais. A amortização do principal começará em 2023. A remuneração terá como teto 100% do CDI e também terá isenção para pessoas físicas. Com isso, mesmo comparado a um CDB ou mesmo uma LFT, que paguem 100% do CDI ou da Selic, o investidor no CRI ainda terá o ganho da isenção de imposto de renda, de no mínimo 15% do rendimento. Aplicações até seis meses em fundos, CDB ou títulos públicos pagam 22,5% de imposto, percentual que cai para 20% de seis meses a um ano, 17,5% de um ano a dois e 15% após dois anos.
A reserva para ambos os papéis tem de ser feita em uma corretora de valores mobiliários. O investimento mínimo é de R$ 10 mil nas duas ofertas e não é preciso ser investidor qualificado para participar.
Os papéis não têm proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), portanto o investidor precisa avaliar o risco de crédito da empresa que está fazendo a emissão. Tanto no caso da MRV quanto da Cyrela, as emissões receberam o rating máximo, AAA, pela agência Standard & Poor’s (S&P), o que indica baixo risco. Mesmo assim, o ideal é não concentrar grande parte dos recursos em um único emissor.
Também não há garantia de liquidez para os papéis, que deverão ser negociados no mercado secundário entre os investidores. Assim, quem precisar do dinheiro antes do vencimento pode ter dificuldades em vender os CRIs no mercado secundário, especialmente quantidades mais altas. O ideal, portanto, é aplicar o dinheiro que poderá ficar no título até o vencimento.
Os CRIs são títulos que têm garantia em debêntures emitidas pela MRV. Por isso, é importante conhecer a empresa.
MRV
A MRV Engenharia e Participações S.A. é a maior incorporadora e construtora brasileira no segmento de empreendimentos residenciais populares em número de unidades incorporadas e cidades atendidas. A Companhia tem 39 anos de atuação com foco nas classes populares. A larga experiência e estrutura operacional da companhia lhe permite combinar uma atuação voltada para o segmento de empreendimentos residenciais econômicos com boa rentabilidade.
A MRV possui uma vasta diversificação geográfica no setor imobiliário brasileiro. Atua em 148 cidades em 21 estados e no Distrito Federal. Com a dispersão geográfica, é capaz de reduzir o risco de ser prejudicada por mudanças de legislação em um município específico e ainda representa uma importante barreira de entrada para os eventuais competidores. O aprendizado e a capacidade de já haver construído nesta malha de cidades mostram sua capacidade de prospectar novas cidades para o seu mercado de atuação
Em 2019, a MRV reportou o melhor primeiro trimestre da história, com destaque para o lucro líquido de R$ 189 milhões, o equivalente a um aumento de 18% sobre 2018.
Cyrela
Já a Cyrela Brazil Realty S.A. Empreendimentos e Participações é uma das maiores empresas do mercado imobiliário brasileiro na incorporação de empreendimentos residenciais. Ela atua em todas as etapas do negócio imobiliário de forma independente ou por meio de parcerias, sempre detendo o controle do projeto, por meio de um modelo integrado e verticalizado que compreende as atividades de incorporação, construção, vendas e serviços.
A companhia lançou nove empreendimentos no primeiro trimestre deste ano, totalizando um Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 547 milhões, superior aos R$ 434 milhões do mesmo período do ano passado. O lucro líquido foi de R$ 48 milhões, ante R$ 116 milhões em 2018. A Margem Líquida, porém, subiu, para 8,7%, ante 5,9% em 2018. A Dívida Líquida sobre o Patrimônio Líquido ficou em 12,0%, melhorando em relação oas 14,8% do ano anterior.
*Corrige o fim do prazo para reserva.
Por Arena do Pavini