SÃO PAULO (Reuters) - O valor da eletricidade para a próxima semana, dado pelo Preço de Energia de Curto prazo (PLD), manteve-se no nível máximo definido para o ano em todos os patamares de carga e regiões do país, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
O PLD para a próxima semana ficou em 822,83 reais por megawatt-hora, segundo a CCEE, repetindo valores definidos para esta semana. O PLD está no teto permitido para todas as regiões e cargas desde a semana de 20 de outubro.
A definição do PLD ocorreu depois que o Operador Nacional do Sistema (ONS) elétrico estimou a ocorrência de chuva fraca à moderada nas bacias hidrográficas das regiões Sudeste e Centro-Oeste e nas bacias dos rios São Francisco e Tocantins, no relatório semanal Programa Mensal de Operação (PMO).
Segundo o ONS, o ano hidrológico de 2013/2014 da região Sudeste, encerrado em outubro, foi o sétimo pior já registrado desde 1931, com o período chuvoso do intervalo sendo quarto pior, com chuvas correspondendo a apenas 63 por cento da média.
Diante do cenário de chuvas para as regiões Sudeste e Centro-Oeste, a expectativa do ONS para o nível das represas na região é de 14,9 por cento ao final de novembro, abaixo da projeção da semana anterior de 15,5 por cento.
A redução do nível dos reservatórios do Sudeste ocorre quase que ininterruptamente desde junho de 2013, recuando para o pior patamar para o período desde 2001, ano do racionamento de energia no país.
O próximo perído tradicionalmente chuvoso, de novembro a março, será crucial para evitar problemas de suprimento de energia em 2015. Porém dificilmente ele deverá recuperar os reservatórios do Sudeste a patamares totalmente confortáveis para enfrentar o próximo período seco a partir de abril, segundo especialistas do setor.
Para o Nordeste, a expectativa do ONS para o nível das represas de hidrelétricas no final de novembro subiu de 11,5 para 12,6 por cento.
Segundo o ONS, a previsão de carga de energia no subsistema Sudeste/Centro-Oeste em novembro em relação ao mesmo mês de 2013 se manteve em crescimento de 2,3 por cento. Para o Nordeste, a previsão cresceu de 4,7 para 5,7 por cento. No SIN como um todo, a estimativa passou de alta de 2,9 para 3,2 por cento.
"As taxas de crescimento previstas nos subsistemas Sul e Nordeste, são explicadas pelo comportamento esperado do consumo das classes residencial e comercial. Adicionalmente, o aumento do ritmo da produção industrial, que já vem sendo observado nestas regiões, também contribui para o desempenho da carga", afirmou o ONS.
(Por Alberto Alerigi Jr.)