Por Pierre-Henri Allain e Forrest Crellin
RENNES, França (Reuters) - Cerca de 20 prefeitos franceses baniram o glifosato de seus municípios, desafiando o governo do país, que no momento toma ações legais para impor uma legislação nacional que permite o uso contínuo do controverso pesticida por ora.
Em 2017, o presidente Emmanuel Macron prometeu banir o glifosato na França em três anos, rejeitando uma decisão da União Europeia de prorrogar seu uso por cinco anos após um caloroso debate a respeito da possibilidade de o glifosato, desenvolvido pela Monsanto, que pertence à Bayer, causar câncer. Desde então, porém, Macron afirmou que uma proibição total não é viável dentro desse período.
A Bayer afirma que entidades reguladoras e pesquisas apontaram que o glifosato é seguro.
O Ministério da Agricultura do país recusou-se a comentar, mas o chefe da pasta, Didier Guillaume, disse em janeiro que a França removerá gradualmente 80% de seu uso de glifosato até 2021.
Associações agrícolas se opuseram ao banimento, afirmando que não há alternativas viáveis ao químico e que uma transição para a agricultura orgânica é muito cara.
A ministra do Meio-Ambiente francesa, Elisabeth Borne, declarou na quarta-feira que o governo irá revisar a legislação sobre pesticidas em breve.