Por Kiyoshi Takenaka e Elaine Lies
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, vai remodelar seu gabinete na quarta-feira com atenção aos laços dos políticos com a Igreja da Unificação, buscando distanciar seu governo do controverso grupo e reverter uma queda nas pesquisas de opinião.
A reformulação ocorre quando o governo de Kishida enfrenta índices de apoio em queda. O escrutínio público das ligações entre o grupo e os parlamentares do Partido Liberal Democrata (PLD) aumentou acentuadamente desde que o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe foi morto a tiros no mês passado em um comício de campanha.
Abe foi baleado por um homem cuja mãe é integrante e que acreditava, segundo as investigações, que Abe havia promovido o grupo para o qual sua mãe fez doações que a prejudicaram, informou a mídia japonesa.
Kishida disse nesta terça-feira que os novos membros de seu gabinete e as novas autoridades do partido governista precisam "revisar minuciosamente" seus laços com o grupo.
"Será um pré-requisito", declarou Kishida, falando em entrevista coletiva em Nagasaki.
O apoio ao gabinete de Kishida despencou para o nível mais baixo desde que ele assumiu o cargo em outubro passado, caindo para 46% ante 59% há três semanas, disse a emissora pública NHK na segunda-feira, resultados em linha com outras pesquisas recentes. A grande maioria dos entrevistados disse que quer uma explicação sobre os laços dos políticos com a Igreja da Unificação.