Por David Shepardson
SEATTLE, Estados Unidos (Reuters) - O presidente-executivo da Boeing, Dave Calhoun, disse nesta terça-feira que não deseja que o Tesouro dos EUA possua uma participação na empresa como condição para a companhia receber empréstimos do governo.
"Não preciso de uma participação acionária", disse Calhoun à Fox Business. "Se eles forçarem, vamos olhar para todas as outras opções disponíveis e temos muitas."
A Boeing buscou 60 bilhões de dólares em empréstimos do governo dos EUA para a própria empresa e para a indústria aeroespacial. O Congresso norte-americano pode chegar a um acordo nesta quarta-feira sobre um pacote de estímulos e de resgate no valor de até 2 trilhões de dólares em resposta ao enorme impacto econômico causado pela pandemia de coronavírus.
"Existem muitas opções para nós nos mercados privados, etc., mas os mercados de crédito precisam estar abertos", disse Calhoun à CNBC, observando que a Boeing "tem 15 bilhões de dólares no banco".
Parlamentares dos EUA disseram que podem exigir ações da empresa, bônus de subscrição ou opções como condição para os empréstimos.
Calhoun disse que quer que o governo permita que a Boeing pegue o empréstimo e que o governo receba juros. "Queremos pagar tudo de volta", disse ele.
Na semana passada, a S&P cortou o rating de crédito da Boeing e alertou que a epidemia de coronavírus poderá afetar ainda mais o fluxo de caixa da empresa, já que companhias aéreas cancelam voos e adiam encomendas de aeronaves devido a uma queda na demanda por viagens.