A primeira tranche do empréstimo ao setor elétrico para bancar os custos de medidas adotadas ao longo da crise hídrica no País, anunciado na terça-feira, 16, não foi o que se esperava, "mas foi o possível" na avaliação do presidente da Neoenergia (SA:NEOE3), Mario Ruiz-Tagle, que considerou a solução positiva, pois garante segurança para os investidores.
"É importante valorizar o que foi feito ontem, é uma segurança jurídica que vai garantir investimentos para o futuro. Se não tem garantia para os recursos que a Europa está colocando no Brasil, com a garantia que vão ser reintegrados, o ciclo acaba e os custos aumentam", explicou Ruiz-Tagle. "Se eu entro numa situação de insegurança jurídica, o banco vai emprestar com um taxa maior, um montante menor e menos prazo", complementou.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) apresentou ontem, em reunião extraordinária, o limite de R$ 5,3 bilhões para o empréstimo, que ainda precisa da aprovação da diretoria da agência para ser efetivado.
Segundo o executivo, o parcelamento do empréstimo já é um sistema conhecido do setor elétrico e é comum, em um acordo desse tipo, não conseguir tudo o que se quer.
"Temos aprendido nas últimas crises, não esta de agora, mas dos últimos 10 anos, a resolver o problema por partes, dentro das regras, e cada parte deixa algo em cima da mesa para atingir um acordo. Era tudo o que eu queria? Não. Foi o possível? Sim" concluiu o executivo.