Washington, 20 abr (EFE).- O presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, lamentou neste sábado a "má interpretação" sobre o excesso de ênfase por parte das autoridades europeias na redução do déficit, e assegurou que o ajuste deste ano não será tão "firme" dado o contexto econômico negativo.
"Há uma má interpretação de que a estratégia da União Europa está concentrada na austeridade, não é assim", afirmou Dijsselbloem em entrevista coletiva após a sessão plenária do Comitê Monetário e Financeiro (IMFC, por seu sigla em inglês), principal órgão assessor do Fundo Monetário Internacional (FMI).
O presidente do Eurogrupo ressaltou que o plano europeu contempla progredir na consolidação fiscal, mas fará isso "de uma maneira que leve em conta a presente situação econômica".
"Neste ano, a consolidação não será tão estrita e firme como em anos passados", ressaltou.
As últimas previsões do FMI, apresentadas nesta semana, apontam para um retrocesso da economia da eurozona de 0,3% neste ano, após a queda de 0,6% em 2012.
Como outros dos elementos-chave para conseguir a reativação econômica, o também ministro das Finanças da Holanda destacou a necessidade de modernizar o mercado de trabalho e a ativação da união bancária.
"A união bancária é muito urgente para retomar o caminho do crescimento positivo", indicou Dijsselbloem, ao falar sobre a necessidade de que o crédito volte a fluir com normalidade.
Por sua parte, o vice-presidente da Comissão Europeia (CE), Olli Rehn, reiterou durante seu discurso na sessão plenária do IFMC, o compromisso da eurozona com a redução do déficit e da dívida, mas disse que a "velocidade" desta consolidação deverá se ajustar à situação econômica concreta.
"A estagnação da atividade econômica e os altos níveis de desemprego previstos para 2013 sublinham o crucial, que é acelerar os esforços para apoiar um crescimento sustentado na UE como uma prioridade, por sua vez perseguindo uma consolidação fiscal compatível com o crescimento", disse Rehn.
O vice-presidente da CE destacou, no entanto, os esforços realizados até agora por parte da UE para fazer frente à crise, e assinalou que conseguiram relaxar "consideravelmente" as tensões financeiras nos últimos meses. EFE