Por Elisa Martinuzzi
ZURIQUE (Reuters) - O presidente-executivo do UBS, Sergio Ermotti, alertou nesta segunda-feira que qualquer atraso na integração de tecnologia e dados do banco com o Credit Suisse (SIX:CSGN) corroerá economias de custo planejadas e afirmou que espera conduzir o processo até 2027.
Sob o comando de Ermotti, que retornou ao banco no ano passado após a compra do Credit Suisse, o UBS enfrenta um ano importante em que deve combinar sistemas de tecnologia da informação e migrar clientes.
"Estamos bastante convencidos de que nosso risco real são atrasos, em vez de nossa capacidade de execução", disse Ermotti em evento da Reuters.
O UBS está integrando 300 dos 3.000 aplicações do Credit Suisse e o banco está tentando reduzir os riscos para os clientes à medida que combina as plataformas, disse ele.
"O risco real é ter que atrasar a realização de sinergias. Portanto, nesse sentido, é claro, precisamos planejar e ser confiáveis no que fazemos. Estou confiante de que estamos caminhando na direção certa", acrescentou Ermotti.
A migração dos clientes do Credit Suisse para as plataformas do UBS começa este ano e a meta de desativar 30% dos aplicativos do Credit Suisse será o "máximo" que poderemos alcançar em 2024, disse o presidente-executivo.
O UBS espera uma economia de custos de 13 bilhões de dólares com a aquisição, que, segundo Ermotti, resultará principalmente da redução do número de funcionários, mas também da fusão dos sistemas de TI.
O executivo se recusou a falar sobre demissões, dizendo apenas que serão um "exercício doloroso". O banco, que emprega mais de 111mil pessoas, tentará reduzir a força de trabalho por meio de aposentadorias antecipadas, atritos e terceirização, sempre que possível, mas os cortes de pessoal são "inevitáveis", disse ele.
Ermotti, de 64 anos, reconheceu que, no esforço para concluir a integração, há o risco de que o UBS perca o foco na IA generativa.
Em um cenário competitivo que "muda muito rapidamente", é vital que a equipe tenha as "melhores ferramentas para ter sucesso", disse ele.
NÃO ULTRAPASSAR OS LIMITES
Ermotti se comprometeu a liderar o UBS "no mínimo" até que a integração seja concluída, no final de 2026 ou início de 2027.
Isso significa que falar de planejamento de sucessão não está no topo de sua lista de tarefas, embora ele pretenda apresentar candidatos internos, como fez quando deixou o UBS pela última vez em 2020.
"Nosso objetivo é realmente aumentar drasticamente as chances de termos um candidato interno", disse ele.
O executivo afirmou que a compra do Credit Suisse significa que o UBS já precisava colocar e lado 20 bilhões de dólares extras em capital.