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Privatização da Celg-D não atrai interesse e governo fala em melhorar preço

Publicado 16.08.2016, 17:13
© Reuters.  Privatização da Celg-D não atrai interesse e governo fala em melhorar preço
ELET3
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BRASÍLIA/SÃO PAULO (Reuters) - O leilão de privatização da distribuidora de energia Celg-D marcado para sexta-feira foi cancelado nesta terça-feira por falta de interessados, mas o governo pretende reagendar para breve a licitação, com novas e mais atrativas condições para viabilizar a venda da elétrica, controlada pela estatal Eletrobras (SA:ELET3).

O preço mínimo definido para a companhia, de 2,8 bilhões de reais, havia sido alvo de críticas de diversos investidores, em uma sinalização de que o governo precisará fazer algum esforço para encontrar compradores para a Celg e outras seis distribuidoras que a Eletrobras pretende vender até o final de 2017.

"Agora nós vamos trabalhar para tentar reduzir a percepção de risco, trazer um preço que seja atrativo para o mercado, melhorar as condições gerais e avançar", disse a jornalistas em Brasília o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Paulo Pedrosa.

Ele não deu detalhes sobre prazo ou sobre o novo valor.

Segundo fontes parlamentares com conhecimento do assunto, uma nova tentativa de licitar a Celg-D deverá reduzir o preço mínimo do ativo para cerca de 2 bilhões de reais.

O governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), disse à Reuters que o leilão provavelmente será realizado em setembro.

Embora representantes do governo federal viessem falando que confiavam em um certame bem-sucedido, a falta de interessados já estava no radar dos responsáveis pela privatização, conforme publicado pela Reuters no início do mês.

O cancelamento também não surpreendeu o mercado.

"A falta de proposta faz total sentido, dado que o preço mínimo pelo ativo era muito alto", afirmaram em nota a clientes analistas do Credit Suisse.

Em teleconferência com investidores nesta terça-feira, o diretor financeiro da Eletrobras, Armando Casado, afirmou que a companhia irá trabalhar junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para reagendar a licitação da Celg-D.

"Agora passa por um processo de reavaliação. O BNDES, como gestor do programa de privatizações, que fez todo o processo de contratação do avaliador (do preço do leilão), certamente vai fazer uma revisão e vamos participar juntos para estabelecer um novo cronograma", disse Casado.

A frustração do certame, como estava previamente definido, também mostra que os planos da Eletrobras de vender todas suas sete distribuidoras de energia elétrica até o final de 2017 podem ser mais desafiadores do que o governo previa inicialmente.

Havia uma forte expectativa no governo de que o interesse de chineses por ativos no Brasil pudesse viabilizar a venda da Celg mesmo com um preço visto como muito alto por investidores privados.

"Na nossa visão, o resultado desse leilão indica que há ainda alguma racionalidade nos movimentos de fusões e aquisições que estão ocorrendo no setor", afirmaram os analistas do Credit Suisse.

(Por Luciano Costa, Marcela Ayres, Paula Arend Laier e Leonardo Goy)

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