NOVA YORK (Reuters) - O processo criminal de longa data do Departamento de Justiça dos Estados Unidos contra a chinesa Huawei, acusando-a de, entre outras coisas, enganar bancos sobre seus negócios no Irã, está se encaminhando para um julgamento em janeiro de 2026.
Em uma conferência sobre o status do caso nesta quinta-feira no Brooklyn, Nova York, o procurador assistente Alexander Solomon disse à juíza distrital norte-americana Ann Donnelly que "as discussões de resolução terminaram em um impasse. Acreditamos que seria prudente marcar uma data de julgamento."
A juíza disse acreditar que uma "boa data provisória" para o início do julgamento seria o início de janeiro de 2026.
O caso, que há muito tempo tensiona os laços entre os EUA e a China, começou em 2018 com uma acusação que levou à detenção da diretora financeira da Huawei, Meng Wanzhou, em Vancouver, no Canadá, com um mandado dos EUA.
Como parte de um acordo de 2021, as acusações contra Meng, que também é filha do fundador da empresa, foram retiradas.
O caso mais amplo contra a Huawei -- que se declara inocente -- está pendente.
Solomon disse que os promotores esperam que o julgamento dure de quatro a seis meses.
Douglas Axel, advogado da Huawei, disse que a empresa tem um pedido pendente para dividir o caso, separando essencialmente as acusações de fraude bancária das alegações de roubo de segredos comerciais. Mas o governo sugeriu que iria se opor à divisão e que as acusações estavam relacionadas.
A Huawei foi indiciada em 2018 por fraude bancária por enganar o HSBC e outros bancos sobre seus negócios no Irã, que está sob sanções dos EUA.
Em 2020, o Departamento de Justiça adicionou mais acusações ao processo, incluindo que a Huawei supostamente conspirou para roubar segredos comerciais de seis empresas de tecnologia dos EUA e ajudou o Irã a rastrear manifestantes durante protestos contrários ao governo em 2009.
Meng firmou um acordo de suspensão de processo com os promotores dos EUA em setembro de 2021, no qual admitiu ter feito declarações falsas sobre os negócios da Huawei no Irã.
Após uma audiência virtual incomum, ela foi autorizada a sair do Canadá e voar para a China. Pouco depois, a China libertou dois canadenses detidos no país, e dois irmãos norte-americanos que estavam impedidos de sair da China foram autorizados a voltar para casa.
Desde 2019, os EUA têm restringido o acesso da Huawei à tecnologia norte-americana, acusando a empresa de atividades contrárias à segurança nacional do país, o que a Huawei nega.
(Reportagem de Karen Freifeld)