Por Greg Roumeliotis e Joshua Franklin e Koh Gui Qing
NOVA YORK (Reuters) - A procuradora-geral do Estado de Nova York (NYAG) está investigando o WeWork, segundo duas pessoas familiarizadas com o assunto, aumentando uma série crescente de problemas que transformaram o serviço de escritórios compartilhados de um queridinho de Wall Street em um pária em questão de semanas.
A empresa, que deve demitir milhares de funcionários a partir desta semana, devido ao prejuízo crescente, confirmou na segunda-feira que foi contatada pelo escritório da procuradora-geral de Nova York, Letitia James.
"Recebemos uma investigação do escritório da Procuradoria Geral do Estado de Nova York e estamos cooperando no assunto", disse uma porta-voz da WeWork quando contatada pela Reuters.
Um porta-voz da NYAG se recusou a comentar.
Entre as questões que a NYAG está examinando está se o fundador e ex-presidente-executivo da WeWork, Adam Neumann, tirou proveito de sua posição para enriquecer.
Neumann comprou propriedades e as alugou de volta para o WeWork, fez empréstimos contra sua própria participação na empresa e também planejava cobrar o WeWork quase 6 milhões de dólares para usar sua marca registrada da palavra "We" depois que a empresa passou a se chamar The We Company.
A empresa arquivou seus planos para uma oferta pública inicial em 30 de setembro, depois que investidores se mostraram cautelosos com seus prejuízos, seu modelo de negócios e sua governança corporativa.
Neumann havia renunciado como presidente-exeutivo na semana anterior. Ele também concordou em devolver o dinheiro pelo uso da marca registrada.
Uma porta-voz de Neumann se recusou a comentar.
O WeWork agora enfrenta uma reestruturação radical. Os cortes de empregos serão anunciados no final desta semana em áreas que não suportam as principais metas de negócios da empresa, disse recentemente o presidente executivo da The We Company, Marcelo Claure, em um e-mail para sua equipe que foi visto pela Reuters.
O New York Times informou no domingo que o WeWork está se preparando para cortar 4 mil empregos. A própria empresa tinha 12.500 funcionários em 30 de junho, além de outros que trabalham para afiliadas.
Os próximos passos para moldar o futuro da empresa serão divulgados em uma reunião com todas as empresas na sexta-feira, afirmou Claure no e-mail.
Ele disse que o WeWork precisa de uma organização mais eficiente e centrada no cliente para crescer. "Vamos eliminar e reduzir algumas funções e responsabilidades", acrescentou Claure, que também é executivo do SoftBank.
Esta não é a primeira vez que o WeWork é investigado pelo NYAG. A empresa voltou atrás em sua política de exigir que os funcionários assinem acordos não-competitivos depois de chegar a um acordo com a procuradoria-geral no ano passado.
A Bloomberg News informou na sexta-feira que o WeWork está enfrentando uma investigação da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA sobre se violou as regras financeiras ao buscar sua listagem pública. O WeWork se recusou a comentar a reportagem.