QUITO (Reuters) - A Procuradoria do Equador pediu na quarta-feira o bloqueio do pagamento de mais de 40 milhões de dólares à empreiteira brasileira Odebrecht por contratos vigentes no país enquanto durar uma investigação aberta por autoridades locais sobre uma suposta rede de subornos da companhia.
A Odebrecht, maior grupo de engenharia da América Latina, admitiu em dezembro o pagamento de subornos a autoridades de 12 países da região para obter contratos lucrativos, no âmbito da operação Lava Jato deflagrada no Brasil. No Equador, os subornos da empreiteira teria alcançado 33,5 milhões de dólares.
A Procuradoria pediu o bloqueio dos pagamentos que deveriam ser realizados pela Refinaria do Pacífico, um projeto conjunto entre Venezuela e China, e a Empresa Pública de Águas, encarregada da execução e operação de projetos hídricos para controle de inundações e irrigação no país.
"As contas a pagar que estão pendentes entre essas duas empresas com a Odebrecht somam mais de 40 milhões de dólares", disse a Procuradoria em comunicado. "O pedido se realizou com intenção de garantir uma possível indenização da construtora brasileira", acrescentou.
A Procuradoria do Equador também informou que dentro da investigação pediu a proibição de novos contratos entre o governo do país e a Odebrecht, e que apreendeu documentos e equipamentos de informática nos escritórios da companhia no país.
Até o momento, as autoridades locais não identificaram os funcionários públicos envolvidos na suposta rede de subornos.
(Reportagem de Alexandra Valencia)