Por Rodrigo Viga Gaier
(Reuters) - O programa de governo do candidato do PDT à Presidência da República, Ciro Gomes, prevê o fim da paridade de preços dos combustíveis da Petrobras (BVMF:PETR4), a ampliação da capacidade de refino e atuação da estatal em energias renováveis.
Em linhas gerais, as propostas de Ciro apontam para um novo caminho para a petroleira brasileira, que está vendendo parte do parque de refino e segue uma paridade de importação para definir os preços de combustíveis. O fim desse modelo, assim como mais investimentos em refinarias, está também entre as diretrizes do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A atual política de paridade de preços, criada em 2016, no governo de Michel Temer, é permanente alvo de ataques do presidente Jair Bolsonaro em meio à sua tentativa de reeleição. Apesar das críticas do governante, a empresa mantém sua estratégia.
"Uma das nossas prioridades será mudar a política de preços da Petrobras que hoje só beneficia os importadores e acionistas, mas prejudica a sociedade brasileira", diz o documento.
Ciro, terceiro colocado nas pesquisas de intenção de voto, mas em patamar distante dos dois principais líderes --Lula e Bolsonaro (PL)--, apresentou na véspera as linhas gerais de seu plano de governo.
"Nossa ideia é aumentar a capacidade atual com a conclusão das refinarias que não foram acabadas, como o complexo de Itaboraí (antigo Comperj e atual Polo Gaslub) e Rnest (em Pernambuco)", disse à Reuters o presidente do PDT, Carlos Lupi.
Lupi afirmou que, se houver necessidade, não está descartada a construção de novas refinarias.
"O que não pode é o país continuar produzindo petróleo, exportando-o bruto e importando 20% dos derivados necessários."
Ciro pretende ainda, caso seja eleito, transformar a estatal em uma empresa de energia com investimentos em renováveis, como solar, eólica --incluindo offshore-- e hidrogênio verde.
"O Brasil tem uma oportunidade de ouro pra usar seus recursos naturais e desenvolver energia boa, barata e progressivamente limpa", finalizou o documento.
O programa defende o uso da energia hidrelétrica, que atualmente responde por cerca de 62% da capacidade instalada do país, como fonte de reserva para períodos de picos de demanda, de forma a evitar preços mais altos e escassez hídrica.
(Reportagem de Rodrigo Viga)