(Reuters) - A promotoria do Peru abriu uma investigação preliminar sobre o ex-presidente Alan García, envolvendo um caso de corrupção da brasileira Odebrecht durante a construção do metrô de Lima, disse uma fonte do Ministério Público, nesta sexta-feira.
O início do inquérito contra García ocorre após um pedido da procuradora anticorrupção Katherine Ampuero, que considerou que há "elementos de prova" ligando o ex-presidente ao pagamento de subornos da Odebrecht a funcionários de seu segundo governo, entre 2006 e 2011.
Uma fonte da procuradoria, que disse não estar autorizada a falar publicamente, afirmou que a investigação preliminar não contempla no momento intimar o ex-presidente García, que está na Espanha.
Representantes de García em Lima não retornaram as ligações da Reuters para comentar o assunto, mas o ex-presidente disse em sua conta no Twitter: "Se a procuradoria achar conveniente, irei a qualquer intimação para colaborar."
O ex-presidente negou anteriormente estar envolvido em atos de corrupção e disse que se sentia "envergonhado" pelos funcionários acusados de receber propina da Odebrecht.
A polícia já prendeu quatro funcionários do segundo governo de García, acusados de favorecer a Odebrecht para ganhar a construção da linha 1 do metrô de Lima.
Promotores investigam a Odebrecht por supostamente ter pago pelo menos 7 milhões de dólares para ganhar a licitação.
Como parte de um acordo judicial nos Estados Unidos, a Odebrecht reconheceu em dezembro ter pago 29 milhões de dólares em subornos para ganhar obras públicas no Peru entre 2005 e 2014, um período que compreende os governos dos ex-presidentes Alejandro Toledo, García e Ollanta Humala.
(Por Teresa Céspedes)