Por Vladimir Soldatkin e Katya Golubkova
SÃO PETERSBURGO (Reuters) - O gasoduto russo Nord Stream 2 está pronto para começar a bombear gás para a Alemanha, e a reta final do projeto será concluída, uma vez que a nova administração dos Estados Unidos procura boas relações com "parceiros chaves na Europa", defendeu o presidente russo Vladimir Putin nesta sexta-feira.
Sucessivos governos dos EUA impuseram sanções para tentar bloquear o projeto que irá levar gás da Rússia para a Alemanha, passando diretamente pela Ucrânia, aliada de países do Ocidente.
A empresa de energia russa Gazprom seguiu adiante com a construção do gasoduto mesmo após sanções dos EUA que prejudicaram a contratação de uma empresa de colocação de dutos no final de 2019, mas a gestão Joe Biden aliviou algumas sanções mais recentemente.
"Eu acho que ele deve ser concluído, especialmente dado que o novo governo dos Estados Unidos fala de suas intenções de construir boas relações com parceiros-chave na Europa", disse Putin durante um evento em São Petersburgo.
"Como você pode construir boas relações com seus parceiros e negligenciar seus interesses? Não faz sentido".
A Rússia terminou a colocação dos dutos para a primeira linha do Nord Stream 2 e deve finalizar a segunda dentro de dois meses, afirmou Putin.
Faltam menos de 100 quilômetros para a conclusão do projeto, afirmou o Primeiro Ministro Alexander Novak.
Quando estiver finalizado, o Nord Stream 2 vai dobrar o volume que pode ser transportado entre Rússia e Europa pela rota hoje existente, para 110 bilhões de metros cúbicos, aumentando a dependência europeia de energia da Rússia.
O gasoduto, que permitirá concorrência a embarques de gás natural liquefeito dos EUA para a Europa, foi descrito por Biden como "um mal negócio" para a Europa.
Mas, ao aliviar algumas sanções no mês passado, Biden disse que o projeto estava quase concluído e que a continuidade das sanções poderia prejudicar o relacionamento com a Europa.
As ofertas totais de gás da Rússia para a Europa devem superar 200 bilhões de metros cúbicos neste ano, e podem crescer em até 50 bilhões de metros cúbicos adicionais na próxima década, disse Putin.
(Reportagem de Vladimir Soldatkin e Katya Golubkova; Reportagem adicional de Oksana Kobzeva em Moscou e Timothy Gardner em Washington)