SÃO PAULO (Reuters) - A receita de vendas do varejo brasileiro recuou 0,1 por cento em junho ante o mesmo mês de 2016, já descontada a inflação, pressionada pelo fraco desempenho da região Sudeste, mostrou nesta segunda-feira o Índice Cielo (SA:CIEL3) do Varejo Ampliado (ICVA),
Os números apresentam uma melhora em relação aos resultados de maio, quando o índice registrou contração de 1,4 por cento. A queda de junho é a menor registrada desde julho de 2015, disse o gerente da área de inteligência da Cielo, Gabriel Mariotto.
Segundo a pesquisa, o resultado foi influenciado positivamente pelo efeito do calendário, com a troca de uma quarta-feira por uma sexta-feira e, principalmente, pelo feriado de Corpus Christi, que neste ano ocorreu em junho, ante maio no ano passado.
“É interessante notar que, embora feriados geralmente prejudiquem as vendas, por conta do fechamento de muitas lojas, neste último Corpus Christi as vendas dos dias anteriores foram mais fortes e mais do que compensaram o dia do feriado em si”, acrescentou Mariotto, em nota.
Descontando o efeito calendário, o índice teria caído 0,6 por cento em junho, indicando uma melhora do varejo, pois em maio houve retração de 1,6 por cento no mesmo conceito, segundo a pesquisa.
De acordo com o ICVA, os setores varejistas que mais se destacaram no período foram Drogarias e Farmácias e Supermercados e Hipermercados.
A região Sudeste foi a única do país a apresentar um recuo do índice, de 1,1 por cento, mas, devido à sua relevância econômica, o efeito se refletiu na média geral.
“Apesar de apenas o Sudeste ter retraído em junho, o ICVA do varejo brasileiro também ficou negativo por conta da enorme representatividade dessa região no varejo, que puxa o índice como um todo para baixo", disse Mariotto.
No segundo trimestre, o índice apresentou retração de 0,7 por cento ante o mesmo período do ano anterior, descontada a inflação. Apesar do desempenho ainda negativo, a curva deste ano mostra uma aceleração no ritmo do varejo, disse a Cielo.
(Por Natália Scalzaretto)