Por Noel Randewich
SAN FRANCISCO (Reuters) - A maior reforma do sistema tributário dos Estados Unidos em mais de 30 anos, aprovada por congressistas nesta quarta-feira, pode adicionar combustível à alta das ações de tecnologia que levou Wall Street a registrar recordes este ano.
A redução da alíquota do imposto de renda para empresas e a cobrança de uma taxa única de um dígito sobre lucros repatriados devem beneficiar a Apple, a Microsoft e outras empresas de tecnologia dos EUA com grandes vendas no exterior.
"O setor de tecnologia certamente estará entre os maiores beneficiários se o dinheiro no exterior puder ser repatriado pagando uma taxa baixa e possivelmente será usado para recompra de ações ou dividendos", disse em nota o presidente da Yardeni Research, Ed Yardeni.
O índice de tecnologia da informação do S&P 500 subiu 39 por cento em 2017, impulsionado por expectativas de que o presidente norte-americano, Donald Trump, e seus colegas republicanos cumpririam a promessa de reduzir os impostos.
A reforma tributária se tornou realidade nesta quarta-feira, quando a Câmara dos Deputados dos EUA, com maioria republicana, aprovou a proposta que agora deve ser sancionada em lei por Trump.
O projeto reduz a alíquota do imposto de renda das empresas de 35 para 21 por cento. Isso deve impulsionar os lucros das empresas nos EUA, embora analistas esperem que o corte ajude menos as empresas de tecnologia do que alguns outros setores, como transporte, varejo e bancário, já que as empresas de tecnologia já pagam um imposto relativamente baixo.
Um benefício mais notável para a Apple, Microsoft e outras grandes empresas de tecnologia - que acumularam centenas de bilhões de dólares em lucros fora dos Estados Unidos - é a lei que impõe a cobrança única de 8 por cento sobre ativos de menor liquidez e de 15,5 por cento por recursos em espécie ou equivalentes mantidos no exterior.
"Eu acho que vamos ver alguma repatriação de dinheiro do exterior", disse Tim (SA:TIMP3) Ghriskey, diretor de investimentos do Grupo Solaris, que tem posição acima da média do mercado para ações de tecnologia e financeiras. "As ações de tecnologia ainda tem um bom caminho".