Por Hannah Lang
WASHINGTON (Reuters) - O Federal Reserve e a Federal Deposit Insurance Corp identificaram uma falha no chamado "testamento em vida" do Citigroup (NYSE:C), plano que detalha como uma empresa pode ser desfeita em caso de colapso.
Os reguladores bancários norte-americanos disseram que os problemas com a governança de dados do Citi podem afetar adversamente sua capacidade de produzir dados precisos e oportunos durante um período de estresse financeiro.
As ações do Citi caíram 2% após o anúncio, com o recuo se mantendo durante a tarde.
A deficiência "requer atenção urgente da alta administração e do conselho de administração da empresa", disse o presidente interino da FDIC, Martin Gruenberg, em comunicado.
Os reguladores deram ao Citi o prazo até janeiro para apresentar soluções para as deficiências de longa data, ao mesmo tempo em que aprovaram planos de outros sete grandes bancos.
O Departamento de Controladoria da Moeda (OCC) impôs multa de 400 milhões de dólares em ao Citi em 2020, citando preocupações similares.
O Citi disse que está fazendo investimentos significativos em sua integridade e gerenciamento de dados e está "completamente comprometido" em resolver a deficiência, de acordo com um comunicado divulgado nesta quarta-feira.
"O resultado desses esforços serão sistemas mais simplificados que melhoram a qualidade de nossos dados, bem como a velocidade com que podem ser acessados", disse o banco.
A Reuters publicou em setembro que o Citi havia apresentado um plano plurianual abrangente ao Fed e ao OCC, delineando etapas para corrigir as deficiências em sua gestão de riscos e controles internos.
Problemas nos controles internos do Citigroup foram ressaltados por uma transferência fracassada de quase 900 milhões de dólares aos credores da empresa de cosméticos em dificuldade financeira Revlon dois anos atrás. Em maio, uma operação errada pelo Citigroup levou a um "flash crash" em ações na Europa.
Embora o Fed e o FDIC reconheçam que o Citi continuou a abordar as preocupações com os dados, as agências disseram que o banco deve continuar melhorando sua capacidade de resolução de liquidez, bem como os processos pelos quais usa dados para executar o plano de resolução.
Eric Compton, analista bancário da Morningstar, disse que os reguladores costumam destacar os problemas de gerenciamento de dados nos bancos porque eles podem estar inter-relacionados, podendo ter um impacto amplo.
Na revisão de 2019 dos reguladores dos planos de resolução de grandes bancos, que são conduzidos a cada dois anos, o Fed e o FDIC identificaram deficiências nos documentos de Bank of America (NYSE:BAC), BNY Mellon, Citigroup, Morgan Stanley (NYSE:MS), State Street e Wells Fargo (NYSE:WFC).
Esses problemas diziam respeito à capacidade dos bancos de produzirem dados em condições de estresse para implementar seus planos de resolução.