Por Huw Jones
LONDRES (Reuters) - O Reino Unido não tem planos de abandonar as regras que governam seu setor bancário, disse o ministro dos Serviços Financeiros John Glen nesta quarta-feira, esperando que isso permita que o país mantenha seu acesso aos mercados da União Europeia.
A UE é o maior mercado de exportação para instituições financeiras do Reino Unido, mas seu acesso será cortado se nenhum novo acordo comercial for feito até janeiro, quando termina o período de transição pós-Brexit.
Antes de conceder algum acesso, a UE deve avaliar se os bancos, seguradoras e gestoras de ativos do Reino Unido cumprem regras "equivalentes" ou tão robustas quanto as do bloco.
"A principal mensagem que temos é que queremos observar os mais altos padrões", disse Glen ao subcomitê de assuntos financeiros da Câmara dos Lordes.
O Reino Unido quer que Bruxelas conclua suas avaliações até junho, argumentando que implementou as regras financeiras da UE na lei britânica.
Depois da conclusão das avaliações de equivalência, o Reino Unido quer um capítulo sobre serviços financeiros em um amplo acordo de livre comércio com a UE para definir o que acontece se surgir uma potencial divergência nas leis financeiras.
A equivalência é irregular e imprevisível em comparação com o sistema atual de acesso irrestrito conhecido como passaporte. O Reino Unido quer obrigações vinculativas para tornar a equivalência mais previsível.
Muitas empresas financeiras com sede no Reino Unido abriram unidade na UE para evitar eventuais problemas para clientes.
Glen disse que pode ser "desnecessariamente provocativo" sugerir no momento que mudanças nas regras podem ser feitas.
"Não podemos ter uma situação em que estamos em uma posição menos vantajosa para os outros, mas devemos fazer o que é certo com a segurança sistêmica de nosso setor de serviços financeiros", disse Glen.