PARIS (Reuters) - A França não pode aceitar uma resposta europeia à crise do coronavírus que não inclua medidas de recuperação de longo prazo, como um fundo conjunto de solidariedade da União Europeia do tipo que Paris propôs, afirmou o ministro das Finanças do país nesta segunda-feira.
Os líderes da UE encarregaram seus ministros das Finanças de apresentarem planos para amenizar as conseqüências econômicas do surto de coronavírus, depois que eles não conseguiram superar as divisões no mês passado sobre se a resposta deveria ser financiada por empréstimos conjuntos.
Os ministros das Finanças da zona do euro provavelmente convergirão na terça-feira em três opções rápidas para apoiar a economia - o uso do fundo de resgate do Mecanismo Europeu de Estabilidade, o Fundo Europeu de Investimento e o esquema de jornada de trabalho reduzida da Comissão Europeia.
"Há um acordo emergindo sobre as três primeiras opções, mas isso não é suficiente", disse o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, a jornalistas antes da reunião com seus pares da zona do euro.
Le Maire propôs, além disso, um fundo no valor de "várias centenas de bilhões de euros" financiado por empréstimos conjuntos que seriam usados para financiar gastos públicos na recuperação econômica após a atual crise.
"Espero que amanhã a porta esteja aberta para incluir esse tipo de instrumento na resposta global que nós, ministros das Finanças, daremos aos chefes de Estado", disse Le Maire.
Países do norte da Europa, incluindo Áustria, Dinamarca, Finlândia e Holanda, recusam-se a apoiar um acordo que permitiria empréstimos mútuos por temores de que Estados do sul fiquem impunes quanto às dívidas.
Le Maire espera superar essa oposição propondo que a operação do fundo seja limitada a cinco a 10 anos e se concentre estritamente no financiamento para a recuperação.
(Reportagem de Leigh Thomas)