Por Eduardo Simões
SÃO PAULO (Reuters) - A definição da candidatura à Presidência da República pela coligação liderada pelo PSB deve ser tomada em uma reunião na próxima quarta-feira, disse o presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP).
A data prevista será exatamente uma semana após a morte do candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, em um acidente aéreo em Santos, no litoral paulista. Outras seis pessoas morreram na tragédia.
Freire, cujo partido é um dos seis da coligação Unidos pelo Brasil, capitaneada pelo PSB, disse que o consenso que está sendo construído pelos integrantes da coligação tem apontado para que a candidata a vice, a ex-senadora Marina Silva, seja alçada à cabeça da chapa.
"Parece que caminha para um consenso a candidatura da Marina em substituição a Eduardo. Já tem uma reunião marcada para o próximo dia 20", disse Freire à Reuters, acrescentando que a data pode ser antecipada e que ainda não há local definido para o encontro.
A coligação tem até o dia 23 para definir um substituto para Campos ou desistir da disputa, possibilidade que parece cada vez mais improvável. Outro prazo que pode estar sendo levado em conta pelo PSB e pelas siglas aliadas é o início do horário eleitoral obrigatório no rádio e na TV, marcado para a próxima terça-feira.
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF) também disse que Marina é a candidata natural para encabeçar a chapa, mas afirmou que qualquer decisão só deve ser tomado após o sepultamento de Campos, em Recife.
Rollemberg disse que a expectativa é de que o corpo do ex-governador seja liberado pelo Instituto Médico Legal de São Paulo na manhã de sábado e que o enterro aconteça no domingo.
"Nós estamos neste momento envidando todos os esforços no sentido de liberar o corpo o mais rápido possível", disse ele à Reuters.
"A nossa posição é de só tomar qualquer decisão política depois do sepultamento", completou.
Tanto Freire quanto Rollemberg disseram que o vice na chapa, caso Marina seja alçada a candidata a presidente, deve sair dos quadros do PSB.
(Com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello em Brasília)