SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente-executivo da Americanas (BVMF:AMER3) Sergio Rial, que ocupou o cargo oficialmente por nove dias, afirmou nesta terça-feira em uma rede social que sua saída da companhia no mesmo dia da revelação de problemas contábeis de 20 bilhões de reais ocorreu dentro de um quadro de transparência e que "quaisquer especulações ou teorias distintas disso são leviandades".
A saída de Rial na semana passada da empresa que o havia indicado em agosto passado como substituto de Miguel Gutierrez -que estava há cerca de duas décadas no comando da Americanas- atiçou ainda mais um dos maiores escândalos contábeis da história do país e que fez a companhia buscar socorro da justiça para forçar acordo com credores sob pena de abertura de um processo de recuperação judicial.
Em sua publicação no LinkedIn, Rial, ex-presidente-executivo do Santander Brasil (BVMF:SANB11), afirmou: "eu jamais transigiria com a minha biografia".
Explicando o breve período em que esteve oficialmente no comando da Americanas, Rial disse que, em conversas com executivos da empresa assim que assumiu, informações e dúvidas foram compartilhadas. "E com o natural aprofundamento para entendê-las e dar-lhes direcionamentos conjuntamente com o novo vice-presidente financeiro, Andre Covre, chegamos ao quadro do fato relevante com transparência e fidedignidade!", escreveu.
Ele se refere ao fato relevante da quarta-feira passada em que Covre também renunciou.
Entre muitos comentários parabenizando o executivo pela postura e pelo texto, alguns usuários da rede criticam a forma como a renúncia e o anúncio dos problemas contábeis de 20 bilhões de reais em uma das maiores empresas de varejo da América Latina foram feitos ao mercado e se não havia uma forma menos surpreendente de informar ao mercado.
Desde a revelação do escândalo as ações da Americanas acumulam tombo de 83,83% até o fechamento da segunda-feira.
(Por Alberto Alerigi Jr.)