SÃO PAULO (Reuters) - Os preços estáveis a maiores das commodities e a melhora do comércio global devem favorecer os mercados emergentes, mas o crescimento tende a ser menor que no passado, disse nesta terça-feira o chefe de risco soberano da Moody's para a América Latina, Mauro Leos.
Segundo ele, as taxas de juro mais baixas ainda não comprometem o fluxo de investimentos, mas riscos políticos e uma postura mais protecionista dos Estados Unidos devem influenciar as perspectivas de crescimento para América Latina.
Outra questão relevante para os países latino-americanos é a corrupção, afirmou Leos. "A crescente percepção de corrupção na América Latina é positiva e ao longo do tempo deve resultar em governos mais transparentes, embora possa desencadear volatilidade no curto prazo", explicou.
No caso específico do Brasil, além das incertezas atreladas as próximas eleições presidenciais de 2018, Leos destacou o ajuste fiscal como principal desafio para o crescimento.
Ele acrescentou que a exposição do Brasil a financiamento externo é menor que a de outros países da região, incluindo México, Colômbia e Peru, mas se destaca quando se trata de déficit fiscal. "Difíceis escolhas políticas estão à frente e a próxima administração precisará dar continuidade aos ajustes", completou.
(Por Gabriela Mello)