Por Dmitry Antonov e Tom Balmforth
MOSCOU (Reuters) - A Rússia disse nesta quinta-feira que está claro que os Estados Unidos não estão dispostos a abordar suas principais preocupações de segurança no impasse sobre a Ucrânia, mas manteve a porta aberta para mais diálogo.
Os EUA e a Otan enviaram uma resposta por escrito na quarta-feira às exigências que a Rússia fez para uma reformulação dos acordos de segurança pós-Guerra Fria na Europa desde que reuniu tropas perto da Ucrânia, provocando temores ocidentais de uma invasão.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Moscou precisa de tempo para revisar a resposta e não se apressará em tirar conclusões, mas que as declarações dos EUA e da Otan descrevendo as principais demandas da Rússia como inaceitáveis não deixam muito espaço para otimismo.
"Com base no que nossos colegas (dos EUA e da Otan) disseram ontem, está absolutamente claro que nas principais categorias delineadas nos esboços desses documentos... não podemos dizer que nossas ideias foram levadas em conta ou que foi demonstrada uma disposição de levar nossas preocupações em conta", disse ele. "Mas não vamos nos apressar com nossas avaliações."
A reação do Kremlin deixou claro que a Rússia não estava rejeitando as respostas dos EUA e da Otan ou fechando as portas para a diplomacia.
A subsecretária de Estado para Assuntos Políticos dos EUA, Victoria Nuland, disse nesta quinta-feira que os Estados Unidos esperam que a Rússia estude o que Washington ofereceu e volte à mesa.
"Estamos unidos, unidos em nossa preferência pela diplomacia. Mas também estamos unidos em nossa determinação de que, se Moscou rejeitar nossa oferta de diálogo, os custos devem ser rápidos e severos", afirmou Nuland a repórteres.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia disse que a melhor maneira de reduzir as tensões é a Otan retirar as forças no leste da Europa, mas também procurou suprimir temores de uma invasão.
"Já afirmamos repetidamente que nosso país não pretende atacar ninguém. Consideramos inaceitável até mesmo a ideia de uma guerra entre nosso povo", disse Alexei Zaitsev, porta-voz do ministério.
Um assessor presidencial ucraniano declarou à Reuters que Kiev quer tomar emprestado cerca de 5 bilhões de dólares de organizações internacionais e em ajuda bilateral, conforme a "histeria" em torno da ameaça de um ataque russo está limitando seu acesso aos mercados de capitais.