WASHINGTON (Reuters) - Um funcionário do alto escalão do governo Obama disse neste domingo que considera "malucas" as declarações de um chefe do tráfico mexicano se vangloriando do seu império de heroína em uma reportagem de revista, mas afirmou que não iria comentar a respeito da repercussão que teve a entrevista, realizada por um ator de Hollywood.
O chefe de gabinete da Casa Branca, Denis McDonough, confirmou que chegou a ler notícias sobre a entrevista feita por Sean Penn com o então fugitivo Joaquín "Chapo" Guzman antes de ele ser recapturado, para a revista Rolling Stone.
Na reportagem, Guzman disse ser o maior fornecedor de heroína, metanfetamina, cocaína e maconha do mundo.
"Uma coisa que posso lhe dizer é que essa tentativa arrogante e ostentativa de dizer quanta heroína ele manda pelo mundo, incluindo os Estados Unidos, é maluca", disse McDonough na CNN.
"Nós vemos uma epidemia de heroína neste país", disse. "Vamos nos manter a par disto com nosso colegas do México até que tenhamos as coisas claras. Mas El Chapo está atrás das grades -- é onde ele deve ficar."
O presidente Barack Obama deve incluir a questão da epidemia de heroína em seu discurso sobre o Estado da União na próxima terça-feira à noite, de acordo com a Casa Branca.
Guzman, que é chefe do cartel de Sinaloa, foi preso no México na manhã de sexta-feira e mandado de volta à prisão de onde ele havia fugido em julho. Autoridades mexicanas afirmaram que a entrevista secreta de Penn no último ano ajudou a recapturar o chefão do tráfico.
(Por Doina Chiacu, Andy Sullivan e Roberta Rampton)