Por David Dolan
BELEK, Turquia (Reuters) - Os líderes das maiores economias do mundo continuam comprometidos com o objetivo de aumentar sua produção coletiva em mais 2 por cento até 2018, disseram em comunicado nesta segunda-feira, ainda que o crescimento continue desigual e mais fraco do que o esperado globalmente.
No comunicado final da cúpula na Turquia, os líderes do G20 também apoiaram planos para lidar com a crise de refugiados, tributação, mudanças climáticas, cibersegurança e desigualdade, sinais de que o grupo está cada vez mais disposto a ampliar seu foco além de questões puramente econômicas.
"Continuamos comprometidos em alcançar nossa ambição de elevar o PIB coletivo do G20 em mais 2 por cento até 2018", disseram os líderes.
"Nossa prioridade é a implementação oportuna e efetiva de nossas estratégias de crescimento, que incluem medidas para sustentar a demanda e reformas estruturais."
Os líderes disseram que vão "calibrar cuidadosamente" e "comunicar claramente" decisões de política monetária, um aceno aos mercados financeiros, que vêm sofrendo com fortes movimentações neste ano devido às expectativas de alta da taxa de juros nos Estados Unidos.
O comunicado, praticamente inalterado sobre o esboço que a Reuters divulgou no domingo, também enfatizou os compromissos anteriores com a taxa de câmbio e promessas de resistir ao protecionismo.
Mas pelo menos um representante apontou a dificuldade de coordenar a política econômica em um momento em que o crescimento é instável e as economias divergem fortemente.
"Temos visto que as tendências econômicas, assim como as políticas adotadas por importantes economias, têm apontado em direções diferentes e tornou-se mais necessário coordenar as políticas macroeconômicas", disse a jornalistas o enviado especial da China para assuntos do G20, Wang Xaiolong.
"A dificuldade dessa coordenação também está crescendo. Temos visto que o comércio está diminuindo, assim como os preços de commodities, que continuam a flutuar... e tem havido algumas flutuações nos mercados financeiros".
QUESTÃO ESPINHOSA
Políticas monetárias divergentes têm sido uma questão espinhosa para mercados financeiros e formuladores de política econômica neste ano, em um momento em que o Federal Reserve, banco central norte-americano, parece estar prestes a elevar os juros enquanto a maior parte do resto do mundo enfrenta dificuldades para impulsionar o crescimento.
Expectativas de aumento dos juros norte-americanos têm elevado o dólar, frequentemente em detrimento de moedas emergentes.
Os líderes também apoiaram um conjunto de medidas desenhadas para enfrentar sonegação corporativa de impostos, embora ainda haja dúvidas sobre se os países vão avançar com os planos ou deixar aberturas que multinacionais podem explorar.
Eles apoiaram ainda a meta de limitar o impacto das mudanças climáticas, assim como medidas para ajudar economias em desenvolvimento a se adaptarem a regulações climáticas mais rígidas.