Por Sergio Goncalves
LISBOA (Reuters) - O Banco de Portugal, banco central português, está levando adiante as negociações com a chinesa Fosun para a venda do Novo Banco e anunciará uma decisão "oportunamente", afirmou, contrariando notícias de que já estaria decidido a adiar a venda para após as eleições portuguesas.
Nesta sexta-feira, o jornal Diário Económico disse que a "venda do Novo Banco deverá ser adiada para depois das eleições" de 4 de outubro pois o governo e o BC acham que as ofertas "estão muito abaixo do desejado e não pretendem avançar com a venda ao desbarato".
O jornal acrescentou que "a oferta final da chinesa Fosun prevê uma injeção líquida para o Fundo de Resolução de apenas 1,5 bilhão de euros, metade da fatia mínima almejada" pelo banco central.
Uma fonte oficial do BC lembrou que o banco "iniciou uma fase de negociações com os potenciais compradores que apresentaram propostas vinculativas durante a Fase III do procedimento de venda do Novo Banco".
"Oportunamente, o banco divulgará o resultado do processo de negociação que está desenvolvendo para concretizar a venda do Novo Banco", disse a porta-voz do BC.
No início de setembro, o BC português encerrou sem sucesso negociações exclusivas com o potencial comprador com a oferta mais alta --a chinesa Anbang-- para adquirir o Novo Banco e retomou contato com o candidato com a segunda melhor proposta para negociar.
Na quarta-feira, a Fosun afirmou que estava em negociações exclusivas com o BC para comprar o Novo Banco e negou a notícia de que pode estar interessada em adquirir os ativos do espanhol BBVA (MADRID:BBVA) em Portugal.
O Novo Banco, enquanto banco de transição, tem uma duração limitada de dois anos, prorrogável por períodos de um ano, com base em razões de interesse público.
Contudo, segundo os compromissos assumidos pelo Estado português perante a Comissão Europeia, a venda deve ocorrer num prazo máximo de dois anos desde a data da sua constituição, agosto de 2014.