(Reuters) - O presidente interino Michel Temer reconheceu que a aprovação da reforma da Previdência será "uma luta feroz", disse que é preciso "manter um certo equilíbrio no câmbio" e prometeu anunciar no próximo dias 25 a lista das empresas a serem desestatizadas.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Temer disse também ver "um sucesso extraordinário" nos três meses de seu governo.
"Vai ser uma luta feroz. Quando você me pergunta o que ocorrerá depois do impeachment, essa será uma das batalhas", disse Temer sobre a reforma da Previdência, acrescentando que vai encaminhá-la ao Congresso assim que as negociações preliminares estiverem concluídas "para asfaltar o terreno".
"Não quero praticar estelionato eleitoral, então, não vou esperar passar a eleição. Se ficar pronta, eu mando antes."
Perguntado sobre a rápida apreciação do real, disse que a questão cambial já chegou até ele. Na quinta-feira, o dólar subiu 0,25 por cento, fechando a 3,1400 reais na venda, com o reforço na intervenção do Banco Central, após sete sessões consecutivas de queda.
"A conclusão é que temos que manter um certo equilíbrio, nem pode ter o dólar num patamar elevado, nem um dólar derretido."
Dizendo que o governo não sofreu derrotas no seu período de governo, Temer voltou a negar que vai tentar a reeleição em 2018.
"Não sou candidato, eu quero ter liberdade para tomar todas as medidas necessárias para botar o país nos trilhos", disse. "E uma coisa é tomar uma atitude governativa com vistas às eleições, outra coisa é tomar uma atividade governativa sem preocupação eleitoral."
Perguntado sobre as privatizações, o presidente interino disse que "no dia 25 vamos anunciar as empresas que serão desestatizadas", data provável do início do julgamento final da presidente afastada Dilma Rousseff.