SÃO PAULO (Reuters) - A Sabesp (SA:SBSP3) avalia ter sido uma coincidência a saída do presidente-executivo Jerson Kelman após a conclusão do ciclo de revisão tarifária, que ficou abaixo do esperado pela companhia, afirmou o diretor financeiro da empresa de saneamento paulista, Rui Affonso, nesta terça-feira.
A companhia, que tem 50,3 por cento do seu capital controlado pelo governo do Estado de São Paulo, anunciou na noite da véspera que o conselho de administração aprovou o pedido de demissão de Kelman, que ocupava o posto desde 2015. Para o lugar do executivo, o conselho de administração indicou Karla Trindade, subsecratária de parcerias e inovação do governo paulista e que foi diretora da agência reguladora Arsesp até 2015.
"É uma coincidência. Não há relação de causa e efeito entre a mudança no presidente da Sabesp e revisão tarifária e a política de dividendo. São fatores diferentes que confluíram temporalmente", disse Affonso em teleconferência com analistas.
Segundo o executivo, o plano de capitalização da Sabesp "terá que ser reavalidado com o novo governo do Estado de São Paulo, vamos avaliar a temporalidada dele".
O governo paulista anterior, de Geraldo Alckmin (PSDB), sancionou a criação da holding da Sabesp, um passo anterior à capitalização, em setembro do ano passado. Na época, Kelman afirmou que a capitalização da empresa deveria acontecer até o início deste ano. Alckmin deixou o governo paulista no mês passado para concorrer nas eleições de outubro, sendo substituído pelo vice-governador, Márcio França.
(Por Alberto Alerigi Jr.)