Por Rodrigo Viga Gaier
RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Shell (NYSE:SHEL) pretende definir em três meses uma posição de investimento no projeto de Gato do Mato, na Bacia de Santos, em área que se estende para o pré-sal, disse o presidente da companhia no Brasil, Cristiano Pinto da Costa, nesta quarta-feira.
Segundo ele, após o início da guerra entre Rússia e Ucrânia houve uma pressão de custos que impactou o mercado equipamentos para o desenvolvimento do projeto.
"Gato do Mato é o maior projeto em desenvolvimento da Shell no Brasil e continuamos às negociações com os supridores. Obviamente, após a invasão da Ucrânia estão colocando pressão muito forte de custo", explicou.
Ele disse que a companhia busca um acordo com fornecedor de plataforma do tipo FPSO.
"A gente imagina que vai precisar de mais alguns meses para amarrar incertezas de custo do projeto para depois levar para uma decisão interna de investimentos ou não", disse.
"Se conseguirmos estabilizar os custos do projeto, a decisão é que nos próximos três meses a gente leve para a parceria para discutir a visão dos parceiros e eventualmente uma discussão interna de aprovação", adicionou.
A Shell tem como parceiros em Gato do Mato as empresas Total (20%) e Ecopetrol (30%).
Segundo Costa, um gasoduto provavelmente teria que ser construído conectando o FPSO do projeto a rotas disponíveis para escoar o gás do campo, que também tem acumulações de petróleo.
"O design de engenharia permite se a gente justificar economicamente no futuro que isso pode ser feito", frisou ele.
A Shell produz cerca de 400 mil barris por dia de óleo equivalente no Brasil, e a produção ficará estável, segundo o CEO, até que entrem em operação os campos de Mero 2, 3 e 4, em parceria com a Petrobras (BVMF:PETR4).
"Mero 2, 3 e 4 devem entrar nos próximos dois ou três anos", disse Costa.
A empresa não tem um meta de produção para o país.