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Silveira diz que há disposição do governo em fechar acordo com Eletrobras em conciliação

Publicado 12.07.2024, 15:42
Atualizado 12.07.2024, 16:46
© Reuters. Minister of Mines and Energy of Brazil Alexandre Silveira speaks during an interview with Reuters during CERAWeek by S&P Global in Houston, Texas, U.S. March 21, 2024.  REUTERS/Callaghan O'Hare
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Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) - O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, afirmou nesta sexta-feira que o governo está disposto a fechar acordo com a Eletrobras (BVMF:ELET3) na conciliação que trata sobre o poder de voto da União na empresa, embora ainda haja pendências para serem resolvidas entre as partes.

"Há sim possibilidade de acordo, já tivemos várias reuniões com a Eletrobras. Há ainda pendências a serem dirimidas, há uma dedicação muito grande da AGU (Advocacia Geral da União), do ministério", disse Silveira a jornalistas, após participar de evento em São Paulo.

"E há uma boa vontade do presidente (Lula) em ver a importância de avançarmos, até para sinalizarmos claramente a segurança jurídica e previsibilidade ao investidor, a todo mundo", acrescentou.

As negociações no âmbito da conciliação haviam sido estendidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) até o início deste mês, mas o recesso do judiciário suspendeu todos os prazos processuais, de modo que as partes ganharam mais tempo para chegar a um acordo.

Na semana passada, o governo iniciou os trâmites para uma operação financeira de antecipação de recebíveis da União junto à Eletrobras, com o objetivo de aliviar as contas de luz dos consumidores.

Essa securitização é uma alternativa para o governo garantir recursos para reduzir as contas de luz caso não consiga negociar diretamente com a Eletrobras, no âmbito da conciliação, uma antecipação pela própria empresa de aportes bilionários para a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).

A medida tomada na semana passada pelo Ministério de Minas e Energia foi vista por analistas como uma sinalização de que as conversas com a Eletrobras estavam avançando, e que o governo poderia "testar" o mercado para ver o que seria mais vantajoso: a securitização ou o aporte antecipado da Eletrobras com desconto.

Depois da privatização da Eletrobras, concluída em 2022, a União passou a deter 42% das ações ordinárias da companhia, mas está sujeita ao limite de poder de voto de 10%, assim como qualquer outro acionista da empresa.

© Reuters. Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, concede entrevista à Reuters em Houston
21/03/2024
REUTERS/Callaghan O'Hare

Nesta sexta-feira, Silveira ressaltou ainda a disposição do governo em achar um denominador comum para "corrigir" o fato de a União não possuir nenhum representante no conselho da Eletrobras, embora tenha uma participação relevante das ações.

"A Eletrobras só me procura para uma coisa: tentar o acordo. Porque vai ser bom para ela, porque o dia que fizer o acordo, naturalmente as ações vão subir, vai ter mais investidor, vai ter mais poder de investimento, o que é bom para o Brasil e para ela", finalizou.

 

(Por Letícia Fucuchima)

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