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SLC cumpre plantio da soja precoce visando algodão, avalia avançar em arrendamentos

Publicado 09.11.2023, 13:56
Atualizado 09.11.2023, 14:01
© Reuters. Carregamento de soja
17/02/2020
REUTERS/Jorge Adorno
SLCE3
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Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - A SLC Agrícola (BVMF:SLCE3) registrou um atraso no seu plantio de soja em 2023/24 por causa do clima adverso, mas a empresa avalia que cumpriu o cronograma de semeadura das lavouras precoces, o que lhe possibilitará iniciar a segunda safra de algodão como planejado, afirmou o CFO da companhia nesta quinta-feira.

Ivo Brum indicou ainda, durante teleconferência para comentar os resultados trimestrais, que o El Niño tem trazido menos chuvas para o Centro-Oeste e Nordeste do país, o que põe em risco o milho segunda safra, cultivado em áreas de soja colhidas mais tardiamente. O algodão na safrinha entra nas áreas mais precoces da SLC.

Até 2 de novembro, a empresa havia semeado 71,3% da área planejada com soja, atraso anual de 3%, que não deverá trazer impacto para a oleaginosa, ressaltou ele.

"Nesse primeiro momento o importante para nós era ter cumprido a janela de plantio da soja precoce e superprecoce, isso foi feito dentro da janela adequada, isso foi importantíssimo", afirmou Brum.

Além de planejar plantar mais de 90 mil hectares com algodão na primeira safra, a SLC prevê semear 97,4 mil hectares na segunda safra, após a colheita da soja. A área plantada da companhia com soja deverá somar quase 337 mil hectares (incluindo sementes).

Já em relação ao milho segunda safra, área projetada é de 103,4 mil hectares.

"A cultura da soja não tem risco, ela vai ser plantada, o que pode ter é lá em fevereiro uma decisão se vale a pena ou não plantar o milho safrinha em março para aqueles hectares que ficaram em atraso", comentou.

Ele admitiu que, com a falta de chuva, eventualmente vai ter um atraso em uma fazenda ou outra, "e isso é geral em todo o Centro-Oeste". Comentou ainda que, no momento, é difícil mensurar o tamanho do impacto para o plantio do cereal.

Ao responder a pergunta de um analista, Brum disse que é "pouquíssimo provável" e "praticamente inviável" aumentar ainda mais a área de algodão, que deverá ter um crescimento de 27,4% na segunda safra e de 5% na primeira.

LEIA MAIS: Conselho da SLC Agrícola (SLCE3) propõe desdobramento de ações

"Porque tem que ter capacidade de plantio, mas mais importante, de colheita, com equipamento específico, beneficiadoras de algodão..."

Sobre o milho em nível nacional, o executivo admite a possibilidade de redução na produção. "A margem está muito baixa, é normal que o produtor aplique menos insumos, tente economizar na semente mais barata, o potencial já deveria ser menor do que está apresentado," disse ele.

Se a janela de plantio ficar mais estreita, o potencial de produção se reduz ainda mais, afirmou o executivo, acrescentando que os preços mais baixos do milho podem afetar também a decisão de semear ou não o cereal na safrinha.

"Temos que acompanhar isso, mas acho que existe um risco que a safrinha brasileira não produza tudo o que se desenha, mas isso vai depender do regime de chuvas em março e abril para a definição de safra no Centro-Oeste", comentou.

ARRENDAMENTOS

Brum falou ainda que a alavancagem da SLC "está em patamares controlados, baixos até", e que nesta linha a companhia avalia novos arrendamentos para plantio na temporada 2024/25, após a área total da empresa caminhar para ficar praticamente estável em 2023/24, em 674,4 mil hectares, conforme o guidance da empresa.

"Tem potencial de crescimento importante até para aumentar esta alavancagem, e estamos focados nisso... logicamente isso vai impactar a safra 24/25, tem oportunidades surgindo, vemos propostas circulando no mercado, estamos buscando achar a melhor oportunidade para fazer a melhor alocação", declarou.

Ele disse que as negociações estão evoluindo e a empresa quer, até o final do ano ou pelo menos até abril de 2024, fechar negócio sobre o arrendamento para ter tempo de se organizar, comprar máquinas e fertilizantes para a nova área.

© Reuters. Carregamento de soja
17/02/2020
REUTERS/Jorge Adorno

Ao comentar o novo programa de recompras de até 4 milhões de ações da SLC, anunciado na véspera, ele afirmou que, em vez de a companhia comprar terras, faz sentido adquirir as próprias ações da SLC, "que são as terras mais baratas hoje para serem compradas" pela empresa.

Ele disse também que, enquanto o preço da ação da empresa continuar em patamares abaixo do considerado adequado pelos seus administradores, "a gente vai ter eventualmente programas abertos para fazer compras de ações".

 

(Por Roberto Samora)

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