Por Gabriel Codas
Investing.com - Depois de assembleia de acionistas da Smiles (SA:SMLS3), os minoritários da empresa de fidelidade disseram que a Gol (SA:GOLL4), controladora, utilizou um entendimento “ultrapassado” da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para exercer seu direito de voto a reunião da última quinta-feira. Assim, os minoritários viram o pedido de barrar contratos de compra antecipada de passagens aéreas entre as empresas ser rejeitado. As informações são da edição do último sábado, da Coluna do Broadcast, do jornal O Estado de S.Paulo.
De acordo com a publicação, a Gol justificou seu voto com o entendimento de 2017 da CVM, citado em parecer do advogado contratado pela companhia Nelson Eizirik, no qual concluía que caberia ao próprio acionista avaliar sua posição de conflito. Desta forma, a própria Gol declarou que não existia um conflito. Os minoritários pediam também ressarcimento pela operação.
A publicação explica que o entendimento da CVM que deu suporte à validade do voto do julgamento de um pedido feito pelo braço de investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDESPar. A instituição havia questionado o direito do voto dos controladores da JBS (SA:JBSS3), por conflito, em uma assembleia que decidiria sobre o afastamento de Wesley Batista do comando do frigorífico.
A questão é que ela não chegou a ocorrer e os irmãos Batistas não votaram. Se o tivessem, a leitura seria de que CVM teria de voltar ao caso para analisar a existência ou não de conflito de interesse. Assim, os minoritários defendem a tese de que a Gol “desvirtuou” o entendimento do regulador.
A coluna revela que a percepção do mercado é que o voto da Gol foi, pelo menos, polêmico. A avaliação de uma fonte é que o controlador definir uma questão de conflito é algo “nocivo”, o que evidencia a falta de clareza em relação ao tema.
Por volta das 15h35, as ações da Smiles subiam 3,60% a R$ 14,40, enquanto os papéis da Gol avançavam 3,33% a R$ 18,30.