Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A empresa de biometria unico anunciou nesta terça-feira que recebeu aporte de 625 milhões de reais em rodada liderada pelos fundos da General Atlantic e do SoftBank tornando-se o novo exemplar brasileiro de unicórnio, jargão do mercado para startups avaliadas em ao menos 1 bilhão de dólares.
O anúncio, quase 11 meses após a unico ter recebido outra rodada de 580 milhões de reais também liderado pelo General Atlantic e pelo SoftBank, ilustra a rápida expansão da demanda por biometria para usos tão distintos quanto abertura de contas a aulas remotas, movimento acentuado pelas medidas de isolamento social.
Criada em 2007 e com sede em São Paulo, a unico, antes conhecida como Acesso Digital, tem crescido impulsionada por empresas que também decolaram no meio online. Atualmente, a companhia tem cerca de 800 empresas clientes, incluindo Magazine Luiza (SA:MGLU3), Pernambucanas, C6Bank, Banco Original e B2W (SA:AMER3).
Com a disparada da demanda por identificação digital, a unico também acelerou o passo com aquisições. Em 2020, comprou a startup gaúcha de análise de imagens Meerkat. Neste ano, adquiriu a Vianuvem e a CredDefense, especializadas em biometria para comércio de veículos. Isso também ajudou a triplicar seu quadro de funcionários para os cerca de 700.
Segundo Diego Martins, fundador e presidente da unico, os recursos do aporte serão usados para a companhia ampliar o desenvolvimento de tecnologia proprietária e para aquisições.
"O novo investimento vai tornar nossa máquina de M&A (fusões e aquisições) mais consolidada", disse Martins em entrevista à Reuters, acrescentando que também está montando um grupo para detectar possibilidades de expansão no exterior.
Segundo o sócio do SoftBank Latin America Fund, Paulo Passoni, um serviço de identificação biométrica com elevado grau de assertividade como o da unico é um negócio difícil de construir.
"O ecossistema da unico torna a empresa um celeiro de inovação dentro e fora do Brasil", disse Passoni.