Por Nora Eckert e Giulio Piovaccari
DETROIT/MILÃO (Reuters) - A Stellantis (NYSE:STLA) está buscando fortalecer seu posicionamento na América do Norte, cortando seus estoques e reduzindo os preços dos veículos, disse a diretora financeira do grupo, Natalie Knight, nesta segunda-feira.
A montadora tem como objetivo retirar 100.000 veículos de seus estoques nos Estados Unidos até o início do próximo ano e já reduziu cerca de 40.000 unidades em julho e agosto, disse a executiva em uma conferência virtual do BofA (NYSE:BAC) Securities.
"Estamos vivendo em tempos muito difíceis, em que haverá vencedores e perdedores, e ser o vencedor é ser o último de pé", disse Knight, acrescentando que a disciplina de preços e estoques será parte essencial da estratégia da montadora para enfrentar a transição para veículos elétricos.
A Jeep está sob pressão de acionistas, revendedores e de sua força de trabalho sindicalizada para reverter a queda nas vendas, nos lucros e no preço das ações.
A montadora enfrenta uma potencial greve do sindicato United Auto Workers nos EUA, onde as divisões locais da Stellantis começaram a se preparar para uma paralisação nacional.
"Quando os tempos são difíceis, há atrito em toda parte", disse Knight. Ela disse querer que os investidores vejam 2024 como um ano de transição, e não como o novo normal para o grupo.
O presidente-executivo da Stellantis, Carlos Tavares, visitou os EUA no mês passado com a missão de criar um plano para reverter a defasagem de suas operações no país.
Tavares tem liderado uma estratégia agressiva de corte de custos, resultando em reduções de trabalhadores assalariados e de fábrica. Knight disse que os executivos continuarão a reestruturar os negócios do grupo nos próximos anos.
A montadora se esforçará para obter 80% de seu suprimento de países de baixo custo até 2028, disse Knight, um esforço que, segundo ela, reduzirá significativamente as despesas gerais.
A montadora também reduziu os preços de alguns de seus veículos, incluindo o Jeep Grand Cherokee e o Jeep Compass, afirmou a CFO.
(Reportagem de Giulio Piovaccari em Milão e Nora Eckert em Detroit, reportagem adicional de Nathan Gomes em Bengaluru)