Por Peter Nurse
Investing.com - As ações dos EUA devem abrir em baixa nesta segunda-feira, com os investidores buscando embolsar alguns dos ganhos recentes em meio a protestos sobre o momento da reabertura econômica em vários estados.
O sentimento também está sofrendo com a volatilidade do mercado de petróleo, em que o preço do contrato prévio dos EUA caiu para o menor nível desde 1999, em um cenário de menor capacidade de armazenamento.
Às 9h15 (horário de Brasília), os contratos futuros do S&P 500 eram negociados em baixa de 54 pontos, ou 1,9%, e os futuros do Nasdaq caíam 80 pontos, ou 0,9%. O contrato Dow futuros caía 491 pontos, ou 2%.
O mercado havia registrado fortes ganhos nas últimas duas semanas, levando o Dow Jones Industrial Average e o S&P 500 a seus níveis mais altos desde 10 de março, e o Nasdaq, desde 5 de março. De fato, tanto o Dow quanto o S&P estão a caminho de registrar seus meses mais fortes desde janeiro de 1987, e o Nasdaq desde abril de 2009.
Os EUA registraram mais de 750.000 casos de Covid-19 e cerca de 42.000 mortes, de longe os maiores números do mundo, mas surgiram sinais de que o país está atingindo o ápice do surto e que as taxas de infecção estão diminuindo em alguns estados.
Texas e Vermont decidiram permitir que certas empresas reabrissem na segunda-feira, enquanto a Carolina do Sul reabriu praias públicas, e houve protestos em vários estados dos EUA exigindo que os governadores reabrissem as economias, fechadas pela pandemia de coronavírus. Isso está acontecendo apesar do risco de um ressurgimento da Covid-19 causado pela reabertura precoce.
"O foco agora está em acabar com o bloqueio e o risco de novas ondas de infecções", disse o analista Thomas Harr, do Danske Bank, em uma nota de pesquisa: "As pesquisas mostram que, quando intervenções, como o distanciamento social estrito de toda a população e os o fechamento das escolas, são relaxadas, as infecções começam a aumentar novamente.”
A temporada de ganhos continua nesta semana, mas a segunda-feira será relativamente tranquila. O foco pode estar na loja de departamentos Neiman Marcus, que, segundo reportagem da Reuters, está se preparando para buscar proteção contra falência ainda nesta semana.
Por outro lado, a Shake Shack (NYSE:SHAK) disse na segunda-feira que devolverá o empréstimo de US$ 10 milhões que recebeu do governo dos EUA, depois de levantar cerca de US$ 150 milhões em uma oferta de ações. Os críticos argumentaram que as opções da empresa para obter financiamento significam que ela não deveria ter utilizado uma linha de crédito destinada a empresas mais prejudicadas.
Enquanto isso, o mercado de petróleo continuou a ver forte liquidação na segunda-feira, caindo para novas mínimas em 21 anos, enquanto produtores e investidores lutam para encontrar lugares para armazenar o excesso de oferta.
Às 9h15, o contrato de junho dos futuros dos EUA, em que a maioria dos juros abertos e volumes está concentrada, eram negociados em baixa de 10,6%, a US$ 22,37 por barril, enquanto o contrato de referência internacional Brent caía 5,9%, para US$ 26,41. O contrato de maio, que vence na terça-feira, estava definhando, a US$ 13,34 por barril.
Além disso, o ouro futuros subia 0,2%, para US$ 1.703,05 por onça, enquanto o par EUR/USD era negociado a US$ 1,0881, alta de 0,4%.