Buenos Aires, 13 out (EFE).- Jovens argentinos criaram um aplicativo de celular que permite a comparação dos índices oficiais do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec) com os valores que as pessoas encontram no dia a dia.
O "Angry Idec", que tem nome inspirado no popular jogo "Angry Birds", está disponível há um mês, gratuitamente. Até agora cerca de 1,2 mil usuários baixaram o aplicativo.
"As pessoas têm aceitado isso com humor, mas os comentários que os usuários nos permite ver o nojo com que a população avalia o índice do Indec", explicou à Agência Efe, Sergio Viera, professor da Universidade Tecnológica Nacional, que desenvolveu o aplicativo, junto a seis alunos de engenharia de sistemas.
O funcionamento é simples: se escolhe um dos oito produtos disponíveis, como pão o carne e o usuário coloca o preço que paga normalmente por ele. A partir daí, o produto cai em dois carrinhos de supermercado, que após percorrerem um percurso, ficam posicionados em uma distância proporcional entre o encontrado pelo consumidor e o verificado pelo Indec.
Com os dados do aplicativo, um mapa é confeccionado, com zonas marcadas em vermelho, onde os valores marcados pelos consumidores estão muito acima dos dados oficiais. Enquanto as áreas em verdes têm preços mais próximos aos encontrados pelo Idec.
O órgão que mede a inflação na Argentina é colocado em dúvida, quanto a sua confiabilidade, por economistas e consultorias desde o início de 2007.
A ideia para criar o jogo nasceu em agosto, durante encontro entre desenvolvedores de informática e jornalistas. Um dos repórteres propôs a jovens estudantes de engenharia de sistemas, que se criasse um "mapa colaborativo de preços".
O Indec divulgou nesta sexta-feira que os preços ao consumidor na Argentina subiram em setembro 0,9% com relação a agosto. Contra o nono mês de 2011, contudo, o aumento foi de 10%.
Todos os meses, entretanto, antes de se tornarem públicos os dados oficiais, deputados da oposição informaram que o índice de inflação média, com base em cálculos de consultorias privadas, foi do 1,93% em setembro, com acumulado de 24,3 % frente ao mesmo mês do ano passado. EFE