SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano Papel e Celulose aumentou o prejuízo no quarto trimestre para 197 milhões de reais, afetada pelo efeito da depreciação do real em sua dívida denominada em dólar, enquanto teve lucro operacional recorde com o aumento do preço e das vendas de celulose.
De outubro a dezembro de 2013, a Suzano teve resultado negativo de 58 milhões de reais.
O prejuízo do último trimestre de 2014 ficou um pouco acima do esperado por analistas consultados em pesquisa da Reuters, de 187 milhões de reais.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da empresa somou 811 milhões de reais de outubro a dezembro, aumento de 55,9 por cento na base de comparação anual. O Ebitda ajustado para excluir itens não recorrentes ficou em 826 milhões de reais, resultado recorde.
Esse indicador foi impulsionado por um aumento de 55 por cento no volume vendido de celulose no quarto trimestre, reflexo da produção da fábrica no Maranhão, inaugurada no fim de 2013, ofuscando a queda de 1,4 por cento das vendas de papel.
A unidade do Maranhão também contribuiu para reduzir o custo caixa de produção da celulose em 15 por cento ante o quarto trimestre de 2013, junto à venda de energia. Por outro lado, a companhia disse ter registrado maior custo com madeira pela maior participação e distância média da madeira de terceiros no abastecimento da fábrica de Mucuri, na Bahia.
A companhia teve receita líquida de 2,177 bilhões de reais no período, influenciada pelo aumento das vendas de celulose e do preço líquido médio do insumo em reais, de 2,9 por cento, com o real mais fraco ante o dólar compensando a deterioração do preço internacional. O preço médio do papel cresceu 9,5 por cento no mesmo período.
O resultado financeiro líquido ficou negativo em 737 milhões de reais, crescimento de 117 por cento sobre o resultado negativo do ano anterior.
Além do impacto do câmbio na dívida, o resultado financeiro foi influenciado pelo crescimento das despesas financeiras líquidas por conta de novas captações, pelo fim da capitalização de juros provenientes do projeto Maranhão e pelo aumento da taxa básica de juros no período.
(Por Priscila Jordão; Edição de Luciana Bruno)