Taxas futuras de juros recuam em sessão de ajuste global com tensões EUA-China no radar

Publicado 11.04.2025, 17:12
Atualizado 11.04.2025, 17:15
© Reuters. Notas de 200 reaisn02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado

Por Fernando Cardoso

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam em baixa nesta sexta-feira, refletindo uma sessão positiva para ativos brasileiros em geral, à medida que os investidores realizaram ajustes em posições após quatro dias consecutivos de altas nas taxas de juros futuras, com a guerra comercial entre Estados Unidos e China ainda no radar.

No fim da tarde desta sexta-feira, a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2027 estava em 14,37%, ante o ajuste de 14,499% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2028 marcava 14,205%, com queda de 15 pontos-base ante o ajuste de 14,362%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 14,55%, ante 14,739% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 14,64%, com recuo de 22 pontos ante o ajuste de 14,867%.

A sessão desta sexta-feira foi marcada por um maior apetite por risco globalmente, com os mercados acionários e moedas de países emergentes se recuperando parcialmente após uma semana marcada por enorme volatilidade e incerteza decorrente da política comercial do presidente dos EUA, Donald Trump.

Na mais recente notícia sobre o tema, a China anunciou mais cedo que elevou a tarifa sobre os produtos norte-americanos para 125%, em resposta à taxa de 145% imposta por Trump sobre o país asiático, em uma nova escalada das tensões após o presidente dos EUA apresentar novas tarifas na semana passada.

A Casa Branca, por sua vez, afirmou nesta tarde que Trump continua otimista com a possibilidade de chegar a um acordo comercial com a China.

No geral, a reação de investidores às tensões comerciais tem sido negativa, com uma crescente percepção de que as medidas acelerarão a inflação global e afetarão o crescimento econômico.

Na curva de juros, esse pessimismo tem significado taxas futuras mais altas, à medida que os agentes financeiros impõem prêmios de risco mais altos ao Brasil, que têm relações comerciais robustas com as duas maiores economias do mundo.

Na semana, a taxa do DI para janeiro de 2027, por exemplo, subiu 13 pontos-base, enquanto a taxa para janeiro de 2031 avançou 17 pontos.

As sessões consecutivas de altas abriram espaço para um ajuste nesta sexta, mesmo que o grau de incerteza e cautela com a questão comercial continue grande.

As taxas dos DIs se movimentaram na direção contrária dos rendimentos dos Treasuries, que tiveram mais um dia de forte alta, conforme investidores parecem continuar se desfazendo de ativos dos EUA diante de temores de recessão no país.

O rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 7 pontos-base, a 4,466%.

Em meio às notícias externas, a agenda de dados econômicos no Brasil ficou mais uma vez de lado. O IBGE informou que a alta do IPCA de março desacelerou mais do que o esperado em relação ao mês anterior, mas aumentou para 5,48% em 12 meses.

O Banco Central ainda relatou que a atividade econômica no Brasil cresceu mais do que o esperado em fevereiro, em movimento impulsionado pelo setor agropecuário.

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