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Taxas voltam a recuar com melhora da percepção fiscal e emissão do Tesouro

Publicado 02.12.2020, 15:58
Atualizado 02.12.2020, 19:10
© Reuters.  Taxas voltam a recuar com melhora da percepção fiscal e emissão do Tesouro
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Os juros fecharam em queda firme nesta quarta-feira, 2, ainda alimentada pela melhora na percepção de risco político e fiscal. Aos sinais positivos do Congresso para o andamento das reformas captados nos últimos dias, somou-se hoje o anúncio de emissão de Globals do Tesouro, lido como "apetite por Brasil". Com o movimento de ontem e de hoje, as taxas encerraram nos menores níveis em pelo menos um mês e a curva praticamente apagou as apostas de aperto monetário para o Copom da próxima semana.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 3,045%, de 3,135% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 4,816% para 4,62%. O DI para janeiro de 2025 terminou com taxa 6,38%, de 6,575% ontem. E a do DI para janeiro de 2027 passou de 7,364% ontem para 7,20%.

As taxas já cediam pela manhã e passaram a ampliar o movimento no fim da primeira etapa, logo que saiu o anúncio do Tesouro. Foram feitas reaberturas de papéis com vencimento em cinco anos (Global 2025), 10 anos (Global 2030) e 30 anos (Global 2050) com o objetivo de promover a liquidez da curva de juros soberana em dólar no mercado externo, provendo referência para o setor corporativo, e de antecipar financiamento de vencimentos. "A emissão mostra que tem demanda de estrangeiro por Brasil e que o leilão de títulos amanhã deve ser grande", diz um gestor. O Tesouro vendeu US$ 2,5 bilhões e, segundo fontes, a demanda chegou a US$ 8,5 bilhões.

O estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, lembra que nas últimas semanas havia um certo ceticismo de que as reformas no Congresso fossem retomadas, "mas passado o segundo turno, parece que o debate está mesmo acontecendo". Segundo ele, ainda repercute positivamente a declaração do presidente Jair Bolsonaro ontem, de que perpetuar benefícios da pandemia é o caminho certo para o insucesso, e também a informação de que o governo teria desistido de criar um substituto para o Bolsa Família.

Nos cálculos de Rostagno, a curva precifica apenas 2,3 pontos-base de alta para a reunião do Copom na semana que vem, ou quase 100% de chance de Selic estável em 2%. Para o Copom seguinte, são 10 pontos, ou 40% de probabilidade de alta de 0,25 ponto porcentual. "Mesmo com o movimento dos últimos dias, ainda tem um ciclo de alta moderada embutido na curva, o que impressiona num contexto de pandemia", disse.

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