Por Terje Solsvik
OSLO (Reuters) - A Tesla (NASDAQ:TSLA) deve respeitar os direitos trabalhistas fundamentais, inclusive o de negociação coletiva por parte dos sindicatos, disse nesta sexta-feira à Reuters o fundo soberano da Noruega, o maior investidor do mundo no mercado de ações.
A fabricante de veículos elétricos enfrenta uma reação negativa na região nórdica por parte dos sindicatos e de alguns fundos de pensão devido à sua recusa em aceitar uma demanda de mecânicos suecos por direitos de negociação coletiva que abrangem salários e outras condições.
O Norges Bank Investment Management (NBIM), que opera o fundo norueguês de 1,5 trilhão de dólares, é o sétimo maior acionista da Tesla, com uma participação de 0,88% no valor de cerca de 6,8 bilhões de dólares, de acordo com dados da LSEG.
"Esperamos que as empresas nas quais investimos respeitem os direitos humanos fundamentais, incluindo os direitos trabalhistas", disse o NBIM em um comunicado à Reuters quando questionado sobre o conflito da Tesla com seus trabalhadores suecos.
"Em 2022, apoiamos uma proposta de acionistas da Tesla que pedia à empresa que introduzisse uma política para respeitar o direito de organização", acrescentou.
A proposta de 2022, que o NBIM disse ter sido apoiada por 32% dos que votaram, pedia à Tesla que adotasse uma política de respeito aos direitos trabalhistas, como liberdade de associação e negociação coletiva. A diretoria da empresa recomendou um voto negativo.
A Tesla, que tem revolucionado o mercado de carros elétricos, tem conseguido evitar acordos coletivos de trabalho com seus cerca de 127.000 funcionários, e o presidente-executivo Elon Musk tem se manifestado sobre sua oposição aos sindicatos.
A empresa afirma que seus funcionários suecos têm condições tão boas ou melhores do que as exigidas pelo sindicato.
O PensionDanmark, um dos maiores fundos de pensão da Dinamarca, disse na quinta-feira que havia se desfeito de sua participação de 69 milhões de dólares na Tesla, enquanto o gestor de fundos Paedagogernes Pension disse que seguiria o exemplo e se desfaria de sua participação de 35 milhões de dólares.
O NBIM se recusou a comentar se seu investimento na Tesla seria afetado pela oposição da montadora aos movimentos trabalhistas.
((Tradução Redação São Paulo, +55 11 5047-3075)) REUTERS FC PF