(Reuters) - O Tesouro Nacional espera receber uma boa compensação da Petrobras (SA:PETR4) ao final de negociações com a petroleira estatal sobre a chamada "cessão onerosa", disse a jornalistas nesta quarta-feira o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça.
O contrato da cessão de direitos, conhecido no setor como cessão onerosa, garantiu à Petrobras a produção, em uma determinada área de pré-sal, de até 5 bilhões de barris de óleo equivalente.
Pelo acordo, a companhia estatal pagou à União 74,8 bilhões de reais. Mas uma renegociação do valor, considerando variáveis como preço do barril do petróleo e câmbio, estava prevista desde o início, depois que as áreas fossem declaradas comerciais, o que já aconteceu.
"Nós estamos tendo uma boa série de conversas com o presidente da Petrobras, inclusive tivemos uma reunião na semana passada em Brasília, e eu estou certo que no tempo devido chegaremos a um bom acordo", disse o ministro, durante uma coletiva de imprensa em inglês que foi transmitida pela internet.
Meirelles destacou que mais petróleo foi descoberto na região e que "existe uma discussão agora entre o Tesouro e a Petrobras sobre como resolver isso porque o jeito que o acordo foi definido no passado não foi preciso".
"Evidentemente que o Tesouro espera receber uma boa compensação da Petrobras por causa dos novos campos de petróleo", afirmou Meirelles, sem detalhar o que quis dizer ao se referir aos novos campos.
Em entrevista à Reuters na semana passada, o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, afirmou que o governo seria credor em "bilhões de dólares" no processo de revisão da cessão onerosa com a Petrobras.
A declaração de Oliveira contraria a visão do presidente da Petrobras, Pedro Parente, que tem defendido em inúmeras ocasiões que a Petrobras é credora no processo.
(Por Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)