Por Daniel Leussink
TÓQUIO (Reuters) - A Toyota Motor deve registrar sua primeira queda no lucro em dois anos ao divulgar os resultados de seu segundo trimestre fiscal na quarta-feira, sinalizando um arrefecimento da demanda após uma série de balanços robustos, influenciados por uma mudança no consumo de veículos elétricos.
No entanto, espera-se que a maior montadora do mundo tenha um lucro operacional trimestral de quase 8 bilhões de dólares, beneficiando-se do fato de que os motoristas em vários mercados importantes têm optado por veículos híbridos, que normalmente têm margens de lucro mais altas do que os carros a gasolina.
Ainda assim, os números recentes de vendas e produção têm indicado uma modesta desaceleração para a Toyota. A empresa enfrentou a suspensão da entrega de dois modelos nos Estados Unidos e, assim como seus rivais globais, está lidando com uma concorrência acirrada na China, o maior mercado automotivo do mundo e onde a demanda por veículos elétricos não tem diminuído.
Espera-se que a montadora japonesa relate um declínio de 14% no lucro operacional na base anual no trimestre de julho a setembro, para 1,2 trilhão de ienes (7,9 bilhões de dólares), de acordo com a média de nove estimativas de analistas em uma pesquisa da LSEG.
Isso marcaria sua primeira queda de lucro desde o mesmo trimestre de 2022. A empresa já disse que as vendas globais trimestrais encolheram 4% em relação ao ano anterior e que a produção diminuiu 7%.
A estratégia da Toyota de expandir sua linha de híbridos nos EUA pode torná-la menos exposta a qualquer redução nos subsídios para veículos elétricos ou a possíveis mudanças semelhantes nas políticas em Washington, dependendo do resultado da eleição presidencial dos EUA desta semana.
Os híbridos foram responsáveis por 41% das vendas globais da Toyota entre julho e setembro, ou 1,1 milhão de veículos, incluindo a marca de luxo Lexus, em comparação com 33% no mesmo período do ano passado, de acordo com dados da empresa.
Entre os fabricantes de automóveis tradicionais, a Toyota é amplamente considerada uma das mais lentas a adotar os veículos elétricos. Os veículos 100% elétricos representaram apenas 1,5% de suas vendas globais nos primeiros nove meses do ano.
No mês passado, o presidente da Toyota, Akio Toyoda, argumentou que um futuro somente de veículos elétricos levaria à perda de empregos em todo o setor automotivo.