SÃO PAULO (Reuters) - Os sindicatos dos Correios das cidades de São Paulo e Bauru (SP) e dos Estados do Rio de Janeiro e Maranhão, representados pela federação Findect, colocarão em votação entre esta quarta-feira e a quinta-feira proposta de início de greve por tempo indeterminado a partir da véspera da Black Friday, na sexta-feira.
O sindicato dos Correios em Tocantis já aprovou a paralisação, afirmou a Findect, que mais cedo nesta quarta havia dito que os trabalhadores dos outros locais também já haviam decidido pela greve.
A movimentação dos trabalhadores ocorre em resposta ao que a federação chamou de recusa dos Correios em resolver questões relacionadas à assinatura de acordo coletivo.
A Findect afirmou que representa "40% do efetivo nacional" dos Correios e "60% do fluxo postal do país". Atualmente há 36 sindicatos de trabalhadores dos Correios no Brasil.
Os Correios afirmaram que estão operando normalmente em todo o país, com "100% dos empregados presentes".
"A empresa já preparou uma série de medidas para garantir a normalidade dos serviços caso as assembleias desses cinco sindicatos aprovem paralisação parcial e pontual, entre elas: contratação de mão de obra terceirizada, realização de horas extras, deslocamento de empregados entre as unidades e apoio de pessoal administrativo", afirmou a estatal em comunicado.
Segundo a Findect, a movimentação de parte dos trabalhadores dos Correios ocorre entre outros motivos pela "não incorporação de 250 reais ao salário base, uma afronta direta aos trabalhadores que contradiz o que foi negociado na mesa de negociação coletiva", afirmou a entidade em comunicado à imprensa.
"A proposta de pagamento desse montante em 'passos' não apresenta benefícios concretos e coloca em risco a estabilidade financeira da categoria", acrescentou a Findect.
Segundo os Correios, a empresa concedeu aumento linear de 250 reais "para a maior parte do efetivo", o que equivale a um reajuste médio de 6,36% para mais de 71 mil funcionários a partir de janeiro de 2024.
A companhia citou ainda que em 2023, pela primeira vez após sete anos, os Correios assinaram acordo coletivo de trabalho, "que recuperou mais de 40 cláusulas que haviam sido extintas pelo governo anterior".
Segundo a Findec, a não realização concurso público pelos Correios e que a iminente tributação sobre uma bonificação combinada em janeiro entre empresa e sindicatos, de 1.500 reais, "representa um sério risco de redução substancial desses valores, agravando os prejuízos para os trabalhadores".
(Por Alberto Alerigi Jr.)