PARIS (Reuters) - A maioria dos trens será cancelada na França nesta quinta-feira, com voos também afetados e interrupções significativas no metrô de Paris, como parte de uma greve nacional contra o plano do governo de fazer as pessoas trabalharem por mais tempo antes de se aposentarem.
Pesquisas de opinião mostram que a grande maioria dos franceses se opõe à reforma planejada, que aumentaria a idade de aposentadoria de 62 para 64 anos, e quinta-feira será um teste para saber se isso pode se transformar em uma grande dor de cabeça para o governo.
Os sindicatos pediram aos trabalhadores que abandonassem em massa seus postos de trabalho no dia 19 de janeiro e saíssem às ruas em toda a França. O governo disse que vai se manter firme e pediu aos trabalhadores que não paralisem o país.
Apenas de um terço a um quinto das linhas de TGV de trens de alta velocidade estará operando, e apenas um em cada dez trens TER locais, disse a operadora de trem SNCF.
O tráfego internacional nas linhas Eurostar e Thalys deve ser quase normal, enquanto a conexão Lyria com a Suíça será fortemente interrompida, e outras conexões ferroviárias internacionais serão totalmente canceladas.
Em Paris, a grande maioria dos trens suburbanos RER será cancelada, enquanto três linhas de metrô serão totalmente fechadas e muitas outras serão interrompidas, disse a operadora de metrô RATP.
Enquanto isso, um em cada cinco voos de e para o aeroporto de Orly, perto de Paris, deve ser cancelado.
A França tem uma história de décadas de tentativas de reformar seu sistema previdenciário --um dos mais generosos e caros da Europa-- e de protestos para tentar detê-los.
A reforma ainda não foi aprovada no Parlamento, onde o presidente Emmanuel Macron não tem maioria absoluta, mas espera obter os votos dos conservadores do Partido dos Republicanos.
(Reportagem de Tassilo Hummel e GV De Clercq)