Por Gabriel Codas
Investing.com - Em relatório divulgado na tarde desta sexta-feira, o banco de investimentos UBS revisou para baixo a estimativa de crescimento da economia brasileira, estimando agora um recuo de 2,0%. N levantamento anterior, de meados do mês passado, a retração era estimada em 0,5%. Para os analistas, o desempenho ruim do primeiro semestre e uma recuperação apática motivou esse corte.
Por enquanto, a equipe ainda espera que o segundo semestre números melhores (3T + 17% t/t e 4T + 5%), mas que o nível do índice do PIB no 4T19 só será atingido novamente apenas em meados de 2021.
Para 2021, a estimativa é de 3% vs. 4,9% anteriormente. Esse cenário pressupõe que as formas mais graves de distanciamento social começam a terminar em maio. Uma extensão além de maio provavelmente levará a um crescimento abaixo do previsto.
O UBS destaca que tendência da Selic do Brasil é de baixa e espera uma redução para 3%, de 3,75%, nas próximas reuniões (o BCB analisa o impacto do COVID-19). Além de outros estímulos monetários, poderia haver um programa de QE pela frente, já que um projeto de lei que autorize o BCB de comprar títulos no mercado está em tramitação no Congresso.
Para os analistas, à medida que as medidas governamentais se acumulam durante os períodos de recessão, agora são esperados gastos crescentes de US$ 200-300 bilhões (Primeira estimativa de impacto fiscal) e menor receita tributária/PIB para elevar o déficit primário de 0,9% em 2019 para 5% este ano.
Sinais de recessão
O documento aponta que PMI de serviço caiu 15,9 pontos para 34,5 pontos em março, o menor nível e a maior queda desde que a série começou no início de 2008. Durante a semana, as vendas de automóveis no mês até agora caíram 32% m/m e os números da agência de pontuação da cidade de São Paulo caíram 29% m/m.
O PIB em tempo real do 1T20 já estava fraco antes do surto de COVID-19 e fevereiro imprimirá apenas números ligeiramente melhores. No entanto, em março, a previsão é de quedas mensais acentuadas nas vendas no varejo, serviços e atividade econômica geral. Agora, o UBS espera que o PIB do primeiro trimestre seja de -3,6% no trimestre, versus -1% anteriormente.